Em causa estão declarações que Rosa Isabel Cruz não proferiu sobre os transportes urbanos.
A vereadora do PS Rosa Isabel Cruz vai apresentar a sua demissão após uma aposta feita pelo presidente da Câmara de Coimbra, José Manuel Silva, que a acusou de lhe imputar declarações que não proferiu sobre os transportes urbanos.
Numa reunião do executivo curta, o debate político foi marcado por uma troca acesa de acusações que acabou com o presidente da Câmara a fazer uma aposta com a vereadora do PS sobre afirmações que não proferiu sobre os Serviços Municipalizados dos Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC), mas que Rosa Isabel Cruz lhe imputava.
Na intervenção no período antes da ordem do dia, Rosa Isabel Cruz afirmou que José Manuel Silva tinha dito que todas as freguesias do concelho eram servidas pelos SMTUC, num debate no contexto das eleições autárquicas que decorreu na sexta-feira, acusando o autarca de falta de respeito para com os utilizadores e trabalhadores por essas alegadas declarações.
"Eu faço-lhe um desafio: Se tiver proferido essa afirmação, como a senhora disse, eu peço imediatamente a demissão como presidente da Câmara. Se eu não tiver proferido essa afirmação, a senhora pede imediatamente a demissão como vereadora da Câmara", afirmou José Manuel Silva, eleito pela coligação Juntos Somos Coimbra (PSD/CDS/NC/PPM/A/R/V).
Na resposta, a vereadora que é deputada na Assembleia da República e já não figura na lista de vereadores da coligação liderada pelo PS às próximas autárquicas disse que não lhe custaria "nada pedir a demissão" se estivesse errada.
"Quer ouvir a gravação? Podemos ouvir agora. Está aceite o desafio?", perguntou o autarca, a quem a vereadora respondeu: "Se quer brincar, brincamos".
Insistindo que estava "a falar muito a sério", José Manuel Silva considerou "eticamente inaceitável" descontextualizar e alterar afirmações que as pessoas fazem.
"Quer ir por aí e demonstrar a sua forma de estar e a sua forma de governação? Vamos lá, senhor presidente", desafiou, por seu turno, Rosa Isabel Cruz, enquanto o vereador eleito pela CDU, Francisco Queirós, alertou os dois intervenientes que uma reunião do executivo não era "o melhor momento para se fazer apostas", pedindo elevação no debate.
José Manuel Silva acabou a reproduzir um excerto do debate a partir do seu computador, onde se ouviu primeiro a candidata da coligação liderada pelo PS, Ana Abrunhosa, a dizer que havia freguesias sem transportes e a falar de problemas de mobilidade no concelho, ouvindo-se depois o autarca e recandidato ao cargo a vincar que todas as freguesias têm transporte (em algumas zonas do concelho, o transporte coletivo não é assegurado pelos SMTUC).
"Não saio desta reunião, mas no final da tarde irá ter um comunicado a pedir a minha demissão como vereadora", disse Rosa Isabel Cruz, pedindo ao autarca para não se esquecer da linha vermelha que traçou.
No final da disputa, Francisco Queirós vincou que "mais importante que a demissão das pessoas é a alteração das políticas", considerando que o momento não contribuiu "para a dignificação do órgão" do executivo municipal.
Já o vereador do PS José Dias considerou que, embora se esteja praticamente em campanha eleitoral e as emoções "estejam ao rubro", haveria "pontos mais prementes" para se discutir na reunião, considerando que "ninguém é virgem" em debates políticos.
"Não podemos deturpar aquilo que um presidente da Câmara diz. Não é aceitável na política", vincou José Manuel Silva, que depois se virou para Rosa Isabel Cruz e disse que estava "libertada de se demitir".
No entanto, a decisão da vereadora socialista já estava tomada.
"A demissão será entregue no final da reunião. O desafio para si é o mesmo. Quando disser uma não verdade, espero que apresente a demissão no imediato. Eu vou respeitar a linha vermelha. Esperamos que a partir de agora essa linha vermelha seja respeitada", disse a vereadora demissionária, depois de uma discussão que durou cerca de 20 minutos numa reunião de executivo que durou duas horas e meia.
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