11 detidos em rede que ganhou 5 milhões de euros com faturação falsa
Megaoperação levou à detenção de suspeitos que usaram empresas fantasma para se furtarem ao pagamento do IVA na importação de carros.
Uma megaoperação da Unidade de Ação Fiscal (UAF) da GNR, coordenada pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), levou à detenção de 11 pessoas que usaram empresas fantasma para se furtarem ao pagamento do IVA na importação de carros. Na mesma operação, que levou à realização de 123 buscas domiciliárias em Portugal, Reino Unido, Alemanha, e Letónia, foram ainda constituídas arguidas 16 empresas e outras 33 pessoas.
Ao que o CM conseguiu apurar, a mesma rede usou as referidas empresas fantasma para emitir faturas falsas a uma empresa de turismo. Esta firma, por seu turno, pediu dinheiro ao Fundo Social Europeu, verba que depois foi usada para a compra de pelo menos cinco barcos de luxo. As embarcações foram apreendidas na Madeira, durante as buscas da UAF e do DCIAP, realizadas na quarta e quinta-feira.
A investigação da UAF estima em cinco milhões de euros a vantagem patrimonial indevida obtida pela rede, através de circuitos de faturação fictícios. Com o apoio da Europol, e do gabinete Eurojust, a GNR e o DCIAP apreenderam, além dos cinco barcos, 139 carros de gama média e alta, 70 equipamentos informáticos e 47 mil euros. O valor dos bens recuperados está estimado em 2,6 milhões de euros.
O Gabinete de Recuperação de Ativos da PJ, que também colaborou na investigação, garantiu o congelamento de 72 contas bancárias e outros instrumentos financeiros detidos pela rede em Portugal e Reino Unido, de valor indefinido.
SAIBA MAIS
Interrogatórios
Os interrogatórios dos 11 detidos pela Unidade de Ação Fiscal da GNR na operação Netto Price, decorriam ainda esta sexta-feira à tarde, no Tribunal Central de Instrução Criminal de Lisboa.
Mais 4 presos
Além dos 11 detidos em Portugal, a operação realizada na quarta e quinta-feira permitiu ainda a captura de mais quatro suspeitos na Alemanha. Integravam as ramificações europeias da rede.
Vários crimes
Associação criminosa, fraude fiscal, branqueamento, corrupção, prevaricação, denegação de justiça, e fraude na obtenção de subsídio. São estes os crimes imputados à rede agora desfeita.
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