Muro que matou estudantes da Universidade do Minho estava danificado há anos
Alertas existiam desde 2010. Carteiro queixou-se em 2012.
O muro que matou três estudantes da Universidade do Minho, durante uma ação de praxe, ruiu em 2014, mas, anos antes, alertas já tinham sido dados para as fendas que a estrutura apresentava. O muro, nas imediações da universidade, servira para albergar caixas de correio de um prédio, e em 2012, Fernando Rodrigues , carteiro nessa zona, foi um dos que avisou para o mau estado da estrutura.
"Aquilo estava sempre cheio de vegetação. Houve uma altura em que cortaram tudo à volta e que dava para perceber que estava muito degradado. Além das caixas de correio estarem sempre vandalizadas, notavam-se as fendas na estrutura e alguma inclinação. Falei com o meu supervisor e depois fomos falar com o condomínio do prédio. Tinha receio que algo me acontecesse quando fosse deixar o correio", disse a testemunha, ontem, no Tribunal de Braga.
Também José Fernandes, que gere o condomínio, foi ouvido. Garantiu que a estrutura não pertence ao prédio, e por isso , ao perceber que o muro estava degradado informou a câmara do problema, isto em 2010, mas nunca obteve resposta.
PORMENORES
Morreram durante praxe
João Pedro Vieira, Vasco Rodrigues e Nuno Ramalho, de 18, 19 e 21 anos, morreram após o muro que ficava nas imediações da Universidade do Minho ruir, em 2014. Os três alunos, caloiros do curso de Engenharia Informática, estavam com outros colegas numa ação de praxe.
Novo julgamento
A Relação de Guimarães anulou o acórdão - absolvia os arguidos - do Tribunal de Braga e mandou repetir o julgamento de quatro estudantes - estavam a saltar no muro - por homicídio negligente dos colegas.
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