Vítimas do fogo de Monchique estão a viver em caravanas
Austríacos viveram sem luz e água durante três meses.
Mais de quatro meses depois do incêndio que atingiu Monchique, há pessoas que ficaram sem casa e estão a viver em caravanas.
"Estivemos três meses a viver sem luz, apenas à luz das velas, não tínhamos frigorífico, nem água", afirma Monika, que vive com o marido Bernhard Pable numa caravana, depois do incêndio deste verão. Este é um dos, pelo menos, três casos de pessoas que estão a viver em caravanas. Há 35 anos que este casal trocou a Áustria por Monchique onde investiram quase toda a vida.
O proprietário da habitação onde vivia o casal aguarda os apoios do Estado para reconstruir a casa. De forma a resolver a situação Monika abordou várias vezes a Câmara de Monchique mas diz que não obteve resposta. Rui André, presidente da autarquia, reconhece a existência destes casos, mas garante que "não foi por falta de ajuda" mas "por iniciativa própria" das pessoas.
PORMENORES
Caravanas doadas
As caravanas foram doadas a três famílias por Alina Stoica, uma voluntária de origens romena e alemã que conseguiu reunir algum dinheiro depois de fazer um apelo nas redes sociais para recolher fundos para as vítimas do fogo.
Mulher e filho de dois anos
"Existe o caso de uma senhora que vive com o filho de 2 anos numa caravana, a autarquia está a acompanhar mas continuam à espera dos apoios", referiu Alina Stoica ao CM, que assegura que o processo "está registado e é transparente".
ICNF dá pareceres negativos para metade das casas
A recuperação de metade das casas afetada pelo fogo recebeu pareceres negativos do ICNF. "O processo de licenciamento para obras obriga à consulta de várias entidades, nomeadamente do ICNF, entidade que tem dado pareceres negativos para habitações permanentes que estão a menos de 50 metros do terreno vizinho e que não podem cumprir as faixas de segurança", lamenta o autarca Rui André.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt