Joaquim Couto ‘vende’ firmas da mulher a quatro câmaras

Autarca pede a colegas para receberem a empresária e assim obter vantagem para o casal.

03 de junho de 2019 às 01:30
Joaquim Couto Foto: Direitos Reservados
Joaquim Couto, Câmara de Santo Tirso, Ryanair, Sá Carneiro, Ponta Delgada, Açores, aviação, expulsão, avião Foto: CMTV
Manuela Couto Foto: Direitos Reservados
Miguel Costa Gomes Foto: Direitos Reservados
Laranja Pontes Foto: Direitos Reservados
Presidente do IPO do Porto, José Maria Laranja Pontes; Presidente da Câmara Municipal de Santo Tirso, Joaquim Couto e a mulher, Maria Manuela Couto; Presidente da Câmara Municipal de Barcelos, Miguel Costa Gomes Foto: Direitos Reservados

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Chamadas telefónicas de Joaquim Couto, o presidente da Câmara de Santo Tirso - que este domingo renunciou ao mandato -, para quatro autarcas, sugerindo que recebam a mulher, Manuela Couto, e indicando os serviços de comunicação das empresas dela, levam o Ministério Público (MP) a referir indícios de quatro crimes de tráfico de influências tentados.

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Juntam-se crimes de peculato com viagens pessoais a S. Tomé e Príncipe, Austrália e Timor, alegadamente pagas pela câmara, e corrupção com contratos assinados entre as firmas da empresária e o IPO/Porto.

Os lucros chegariam ao autarca, já que os dois arguidos do processo Teia são casados. O procurador pede que aguardem julgamento em prisão preventiva.

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Já a Miguel Costa Gomes, autarca de Barcelos, o MP imputa indícios de corrupção e prevaricação de titular de cargo político.

A investigação considera que o edil demissionário serviu-se de Manuela Couto - beneficiária de vários contratos com a câmara - para o ajudar a subir na estrutura do PS. É pedida prisão domiciliária com vigilância eletrónica.

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Os dois autarcas e a empresária já passaram cinco noites na cadeia. As medidas de coação são reveladas hoje, às 14h00. 

"Camisa lavada não é colarinho branco"

"O MP não pode ver uma camisa lavada que vê logo um colarinho branco", disse Nuno Cerejeira Namora, advogado de Costa Gomes.

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"Começo a tributar coragem ao engenheiro Sócrates pela coragem que ele teve de questionar as regras em que a Justiça se move", acrescentou.

Presidente do IPO do Porto libertado passa o segundo dia da reforma junto da família

Laranja Pontes saiu em liberdade e passou este domingo o segundo dia de reforma em família.

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O MP entende que em causa estarão indícios de corrupção passiva, sem vantagem patrimonial, defendendo que o ex-presidente do IPO do Porto deverá ficar proibido de contactos com os arguidos e com os funcionários da instituição até ao julgamento. Deverá pagar uma caução de 20 mil €.

À saída do Tribunal de Instrução Criminal (TIC) do Porto, afirmou que o processo "são avatares" e que é preciso "regressar à realidade".

PORMENORES 

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"Proteção dos munícipes"

Joaquim Couto renunciou à liderança da câmara "para proteção dos munícipes", indica o advogado Nuno Brandão. Alberto Costa, o ‘vice’, vai substituí-lo. Renuncia ainda às presidências da Associação de Municípios do Vale do Ave, da concelhia do PS e da assembleia da Distrital do PS/Porto, bem como ao lugar no Conselho Nacional do PS.

"Nunca renunciarei"

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Costa Gomes "afirmou que nunca irá renunciar" à Câmara de Barcelos, diz Cerejeira Namora. "E continuará a lutar contra ingerências de órgãos de polícia na gestão da autarquia", refere.

Penas até oito anos

Os crimes de prevaricação e de corrupção passiva são puníveis com 2 a 8 anos de prisão; o de peculato tem pena de 3 a 8; e o de corrupção ativa 1 a 5 anos.

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