Famílias sem dinheiro para enterrar vítimas de violência doméstica

Mulheres naturais do Brasil e Moldávia mortas pelos maridos.

31 de dezembro de 2019 às 09:45
Sergei a entrar no Tribunal de Cascais, de onde saiu para a cadeia Foto: Pedro Simões
Angela Setelici tinha 39 anos e era da Moldávia Foto: Pedro Simões
Helena Anacleto foi morta em Leiria e era do Brasil Foto: Direitos Reservados

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As famílias das duas mulheres que foram nos últimos dias assassinadas em casa em contexto de violência doméstica, em Leiria e Cascais, estão a pedir ajuda para pagamentos dos funerais, uma vez que pretendem que os corpos sejam transladados para os seus países: Brasil e Moldávia.

Os irmãos da brasileira Helena Anacleto, de 34 anos, que foi assassinada com golpes de x-ato pelo companheiro, em Leiria, na sexta-feira, recorreram às redes sociais para obterem dinheiro para pagar os 60 mil reais (13 300 euros) do custo de trasladação do corpo para Santa Luzia do Azul, na cidade de Água Doce do Norte, Brasil. A coleta chama-se: ‘Todos pela família e os filhos de Helena Anacleto’, tendo sido angariados 916 reais (200€) até ontem. 

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"A família está desesperada", refere o pedido de ajuda criado por Eliel e Eleni Anacleto, que pretendem levar os dois sobrinhos, de 2 e 6 anos, para o Brasil. "São dois inocentes que não sabem defender-se sozinhos e infelizmente terão os seus destinos comprometidos caso os tios não possam ir buscá-los", adiantam.

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Nas redes sociais, amigos de Angela Septelici, de 39 anos, a mulher morta sábado à noite pelo marido de quem se estava a separar, em Cascais, apelam também ao apoio de todos. A mulher natural da Moldávia, e que estava em Portugal há três anos, trabalhava numa lavandaria. "A família não tem dinheiro para devolver o corpo à Moldávia", disse Adiana Corcinova, que diz ter falado com a igreja e  embaixada da Moldávia em Portugal.

Homicida de Cascais fica em preventiva

Sergei Septelici, 43 anos, foi detido 3 horas após ter morto a mulher à facada, em Cascais. Chegou ontem, às 10h00, ao tribunal de para ser ouvido pelo juiz que o colocou em preventiva. Os homicídios de Helena e Angela fizeram subir para 35 o número de mortes por violência doméstica, este ano, em Portugal.

PORMENORES

Atacada por trás

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Helena Anacleto foi atacada por trás, na casa de banho, e sofreu vários golpes com um x-ato no pescoço, um deles num vaso sanguíneo vital. Ainda conseguiu ir para a sala, onde morreu.

Homicida deixou arma

Após o crime, Adilson Venâncio, 35 anos, lavou o x-ato e guardou-o num saco, em casa, antes de fugir. Teve acidente de carro, foi detido e está na cadeia.

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