"Tinha os olhos abertos e estava a olhar fixamente": Valentina tentou pedir ajuda à madrasta após ter sido espancada pelo pai
Menina de nove anos morreu após ter sofrido violentas agressões. Esteve 13 horas em agonia, sem receber qualquer cuidado.
Valentina, a menina de nove anos que morreu às mãos do pai e da madrasta, em Peniche, sofreu um autêntico calvário de tortura na noite em que perdeu a vida, e agora, sabe-se que tentou apelar à ajuda da madrasta, ainda que através da linguagem corporal.
De acordo com um despacho ao qual a revista SÁBADO teve acesso, a menina tentou pedir uma "ajuda final" à madrasta, quando as convulsões já atacavam o seu corpo - em resultado do espancamento - e as forças já eram quase nulas.
"Nesse momento, a arguida Márcia percebeu que a menor Valentina tinha os olhos abertos e que estava a olhar fixamente para ela, com um 'olhar de pedido de ajuda', reparando que ela mexia os olhos na sua direção", pode ler-se.
Mas a ajuda nunca chegou. A menina foi deixada a morrer no sofá da casa. Ao longo de 13 horas de agonia, nunca foi amparada por Sandro ou por Márcia, que permaneceram em casa, indiferentes à dor da menina.
O corpo de Valentina foi encontrado sem vida numa zona de mato junto à estrada que segue para a Serra d'el Rey, no distrito de Leiria, coberto por giestas.
Foi transportada para o local pelo pai e pela madrasta, que esta quarta-feira foram colocados em prisão preventiva.
Sandro Bernardo está indiciado do homicídio qualificado e violência doméstica. Márcia está igualmente acusada de homicídio qualificado. Ambos os arguidos estão ainda acusados do crime de profanação de cadáver. A madrasta da menina foi para a cadeia de Tires, enquanto o pai vai ficar em preventiva no Estabelecimento Prisional de Lisboa.
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