Pai de Jéssica conta em tribunal que mãe lhe pediu dinheiro enquanto a filha estava a morrer

Enquanto a criança agonizava até à morte, a mãe revelou maior preocupação com dinheiro. Ministério Público aponta contradições no testemunho.

13 de junho de 2023 às 09:11
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Quando a pequena Jéssica já estava moribunda na companhia da mãe, Inês Sanches envia uma mensagem ao ex-companheiro e pai da criança a pedir dinheiro: “Olá, paixão, não te esqueças de mim, para mandares para a minha conta.” Poucas horas após o pedido, a menina de três anos, que foi torturada durante vários dias, morre.

A revelação foi feita por Alexandrino Biscaia, esta segunda-feira, no Tribunal de Setúbal. O pai da menina explicou que manteve com Inês uma relação entre 2017 e outubro de 2021, e que emigrou em fevereiro de 2022. Até emigrar, esteve dois fins de semana com a filha, altura em que lhe deu banho e trocou a fralda, mas não reparou em nenhum hematoma. “Mas não vi alegria na menina, tinha medo de falar quando a mãe estava perto.”

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Alexandrino, que o Ministério Público (MP) diz ter comprado droga a Justo e Eduardo Montes entre 2017 e 2019, garante que conhecia “só de vista” os arguidos pela morte da filha. “Fumo haxixe, mas nunca lhes comprei droga e não tinha dívidas” reconheceu. A partir de abril e até à morte de Jéssica, em junho de 2022, pai e filha deixam de se ver. “Recebia vídeos e fotografias e vi hematomas na Jéssica. Pensei que era a Inês a malhar na menina. Insisti para a ver, mas a mãe dizia que ela estava doente ou na escola.”

O depoimento não convenceu o MP, que apontou contradições entre as datas em que Alexandrino se apercebeu das lesões e da mudança de estado de espírito da menina.

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