Aldeia do Samão revive tradição das Papas de S. Sebastião

Alimentos são benzidos depois da missa e fiéis acreditam que ajudam a curar doenças.

19 de janeiro de 2019 às 10:27
Tradição das Papas de Samão, em Cabeceiras de Basto, atrai milhares de pessoas, movidas pela fé em S. Sebastião Foto: Direitos Reservados
Tradição das Papas de Samão, em Cabeceiras de Basto, atrai milhares de pessoas, movidas pela fé em S. Sebastião Foto: Direitos Reservados

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A aldeia do Samão celebra este domingo a tradicional Festa das Papas em honra de S. Sebastião, protetor da fome, da peste e da guerra. Realiza-se todos os anos, de forma alternada, ora em Samão, nos anos ímpares, ora em Gondiães, nos anos pares.

A jornada começa de manhã cedo com a celebração de uma missa em honra de S. Sebastião, seguindo-se a bênção dos alimentos e o cortejo até ao campo, onde será posta a ‘mesa’, no chão, mas em toalhas de linho. A distribuição das papas, do pão e do vinho é tradicionalmente feita com uma vara de madeira, que vai marcando o espaço aos alimentos e aos romeiros.

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Terminada a refeição, algumas pessoas levam consigo pedaços de broa para guardarem, por acreditarem na proteção do pão que foi benzido. Até há quem acredite que esta broa nunca ganhará bolor e que serve de remédio para as várias doenças que afetam as pessoas e os animais.

Reza a lenda que, na Idade Média, os povos que habitavam aquelas serras foram assolados por uma grande peste que atingiu humanos e animais. Para se verem livres da doença, os habitantes daquelas aldeias recorreram a S. Sebastião de quem eram devotos e que os terá libertado de tal ‘maldição’.

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Então, como forma de gratidão, as pessoas prometeram que daí em diante fariam uma festa e ofereceriam o que de melhor o povo tinha, ou seja, o pão, o vinho e a carne, a todos quantos ali se deslocassem para honrar o santo.

Desde então, todos os anos, a promessa renova-se e a festa repete-se, honrando assim um compromisso antigo assumido pelos seus antepassados.

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