Associação Sindical da Polícia sauda conclusão da inspeção à atuação policial no Martim Moniz
IGAI concluiu que a operação cumpriu todos os critérios legais, tendo decidido arquivar o inquérito.
A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia saudou, esta quinta-feira, as conclusões da Inspeção-Geral da Administração Interna à operação no Martim Moniz (Lisboa), defendendo a importância da presença da IGAI também para verificar as condições em que trabalham os agentes.
O Diário de Notícias revela, esta quinta-feira, que a IGAI concluiu que a operação especial de prevenção criminal da PSP no Martim Moniz, realizada em dezembro do ano passado, cumpriu todos os critérios legais, tendo decidido arquivar o inquérito.
"Apraz-nos registar que esta [operação] foi realizada como tantas outras, em tantos outros locais e acompanhada pelo Ministério Público (MP). Na altura da discussão, a ASPP/PSP considerou e lamentou que muitos intervenientes políticos e jornalísticos extrapolaram a apreciação dessa operação, com outros enquadramentos e propósitos", afirma a direção da associação em comunicado enviado para a Lusa.
Segundo a IGAI, a operação da PSP, que ficou marcada pela imagem de dezenas de migrantes encostados à parede na Rua de Benformoso, foi justificada pelas "condicionantes e objetivos" e não houve excesso na utilização de meios.
A associação representativa da PSP defende ainda ser "extremamente importante" a intervenção da IGAI nas operações especiais mas também em "locais e contextos onde os polícias prestam serviço, para se poder aferir as condições em que se encontram a trabalhar, se em regime de folga, se após o normal horário de trabalho, se com os meios e equipamentos necessários e com as condições imprescindíveis".
A operação provocou forte controvérsia ao ser divulgada uma imagem em que dezenas de pessoas, a maior parte estrangeiros, que são uma comunidade numerosa naquela zona da cidade, estavam encostadas a uma parede com as mãos ao alto, tendo surgido na altura criticas sobre tal procedimento da polícia.
"Apelamos, uma vez mais, à imperiosa necessidade de se abordar a segurança pública com serenidade, moderação, seriedade e responsabilidade, no sentido de respeitar o trabalho que os profissionais desenvolvem e mitigar os constrangimentos que decorrem da falta de respostas governativas estruturais", concluiu a ASPP/PSP.
O resultado a operação foi a detenção de duas pessoas e a apreensão de quase 4.000 euros em dinheiro, bastões, documentos, uma arma branca, um telemóvel e uma centena de artigos contrafeitos.
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