Burlões encaixam 175 milhões em dois anos

Dados da PSP revelam redução de crimes de burla e de detenções, mas montantes desviados mostram realidade assustadora.

12 de dezembro de 2025 às 01:30
Vítimas são sobretudo idosos Foto: I Stock Photo
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Em apenas dois anos, a PSP registou prejuízos patrimoniais para as vítimas de burlas na ordem dos 175 milhões de euros, apesar de uma redução na ordem dos 41%. Dados referentes a 2024 agora revelados mostram que em 2024 as burlas foram responsáveis por perdas de 65.007.832 euros, uma diminuição face a 2023 quando esse valor atingiu os 110.339.200 euros. De fora ficam as denominadas "cifras negras", em que as vítimas não chegam a fazer queixa, muitas vezes por vergonha de terem sido enganadas.

Segundo a Direção Nacional da PSP, "os idosos continuam a ser as vítimas preferenciais dos burlões no que concerne à modalidade de atuação de forma presencial". "Contudo, nos últimos anos, e acompanhando a evolução tecnológica e as potencialidades do mundo digital, os suspeitos têm atingido também vítimas cujas idades são transversais a todas as faixas etárias", acrescenta esta força de segurança.

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"As burlas constituem um fenómeno criminal que continua a preocupar a PSP. O célebre “conto do vigário” continua a ser uma forma eficaz de obtenção ilegítima de valor patrimonial alheio", admite a instituição, que garante estar a investir "no contínuo trabalho de análise criminal deste fenómeno, bem como na sensibilização da população". Em resultado destas ações, "em 2024 a PSP registou 26486 ocorrências, o que corresponde a uma diminuição de cerca de 13% no total de burlas denunciadas, comparativamente a 2023 em que haviam sido registadas 30342 ocorrências".

Número total de crimes de burla e detenções em Portugal entre 2021 e 2024

Conselhos para o Natal contra burlas digitais

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"Não faça qualquer tipo de transferência de dinheiro para pessoas que anunciam na Internet, sem que esteja certo que o anunciante é legítimo; desconfie dos anúncios em que os preços são claramente abaixo do valor de mercado", são alguns dos conselhos da PSP.

Aviso para burlas presenciais

"Não faculte dados pessoais, nem responda a questionários sobre si, sem saber se é fidedigno e a que empresa pertence; não receba nenhuma encomenda que não tenha solicitado ou que não venha em seu nome", alerta a PSP. 

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