Carros furtados eram vendidos a 3 mil euros

Empresários detidos pela PJ do Porto por viciarem carros que eram vendidos em Angola.

01 de novembro de 2018 às 01:30
Viaturas eram pintadas nas próprias oficinas dos empresários e os documentos falsificados Foto: iStockPhoto
Oficina de Automóveis Foto: Getty Images
Oficina de Automóveis Foto: Getty Images

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O esquema era simples: encomendavam carros para serem furtados, em todo o Norte do País, e depois viciavam os veículos. Em poucos meses as viaturas eram levadas para Angola, onde eram vendidas sem deixar qualquer rasto.

A Polícia Judiciária do Porto deteve dois empresários do ramo automóvel, de 50 e 60 anos, com oficinas em Oliveira de Azeméis e Vila Nova de Gaia, responsáveis pela viciação de dezenas de carros nos últimos anos. Pelas contas da Judiciária, os empresários vendiam cada viatura alterada por cerca de três mil euros.

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Um dos empresários já tem vários antecedentes pelo mesmo crime. Ontem, ambos foram presentes ao tribunal de Oliveira de Azeméis para primeiro interrogatório. Um deles ficou em prisão preventiva e outro foi libertado, mas tem apresentações periódicas à PSP.

Há já alguns anos que os empresários ganhavam a vida com a viciação de carros e dedicavam-se sobretudo a alterar carrinhas da marca Toyota, que são muito procuradas em Angola. Tinham em Portugal ladrões que se dedicavam a furtar os veículos pretendidos e que eram roubados desde Mirandela a Oliveira de Azeméis.

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Pagavam quantias reduzidas pela entrega dos veículos e, nas próprias oficinas, alteravam as carrinhas: mudavam-lhes a cor, alteravam o número de chassis e arranjavam documentos falsos. As viaturas eram depois levadas para o Norte da Europa, onde eram vendidas pelos empresários portugueses, em média, a três mil euros.

Os veículos seguiam de barco para Angola, sem que fossem declarados.

PORMENORES 

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Detido com arma

Nas buscas realizadas pela PJ do Porto, foi detido um dos colaboradores do esquema fraudulento por estar na posse ilegal de uma arma de fogo e várias munições. Foi constituído arguido.

Apoio policial

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Na operação realizada, com diversas buscas, a Polícia Judiciária do Porto contou com o apoio da GNR de Oliveira de

Azeméis e da PSP de Vila Nova de Gaia e de Mirandela.

Quatro crimes

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Os empresários foram constituídos arguidos no processo que ainda decorre e estão indiciados pelos crimes de tráfico ilícito de veículos, recetação, falsificação de documento e burla qualificada.

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