Ex-presidente do Instituto da Habitação diz que há “gente sem escrúpulos” a reconstruir Pedrógão

Processo de obras irregulares já tem 34 arguidos.

04 de abril de 2019 às 01:30
Vítor Reis, ex-presidente do Instituto da Habitação, denuncia irregularidades Foto: CMTV
Incêndio de Pedrógão Grande deflagrou a 17 de junho de 2017 Foto: EPA/Paulo Cunha
fogos, incêndios, vítimas, pedrógão grande, Norte, Centro do País Foto: Nuno André Ferreira / Lusa
pedrógão grande, vítimas, mortos, famílias, fogo, incêndios Foto: Carlos Barroso

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Vítor Reis, ex-presidente do Instituto da Habitação, considera que a reconstrução de propriedades atingidas pelo incêndio de Pedrógão Grande, em 2017, está "entregue a gente que age sem critério, sem escrúpulos e à margem da lei".

E aponta o dedo à autarquia liderada por Valdemar Alves: "Há uma total opacidade na sua conduta neste processo".

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O inquérito do Departamento de Investigação e Ação Penal de Coimbra tem, neste momento, 34 arguidos e mais quatro cidadãos já foram notificados para serem inquiridos, em breve, também, como arguidos.

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O antigo líder do Instituto da Habitação enviou já ao Ministério Público e Tribunal de Contas um relatório com 44 casos em que as regras - aplicar donativos na reconstrução de habitações permanentes e só apoiar casos de propriedades afetadas pelo fogo - não foram cumpridas: "São dezenas e há muitos casos que só serão conhecidos quando as entidades envolvidas se dignarem a tornar públicos todos os apoios concedidos".

Já Carlos David Henriques, o ex-presidente dos bombeiros de Pedrógão, indicou ao CM que há um donativo de empresários chineses ao município de "cerca de 90 mil € em dinheiro vivo, que ninguém sabe onde está".

Referiu ainda que "há um clima de suspeição" na ajuda às vítimas, "promovida pelo autarca, que não divulga os apoios concedidos".

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O Correio da Manhã questionou o município, há vários dias, sobre estas e outras matérias, sem sucesso.

PORMENORES 

Debate instrutório dia 26

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O processo em que 13 arguidos, incluindo Valdemar Alves, respondem por homicídio por negligência e ofensas à integridade física está em fase de instrução. O debate instrutório está marcado para dia 26.

Donativos parados a prazo

O inquérito sobre donativos chineses em cheques foi arquivado, em fevereiro. O Ministério Público deu três meses à câmara para indicar como aplicará a verba da conta solidária.

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Bens armazenados

Questionado sobre os bens ainda armazenados, o fundo Revita diz apenas que "são entregues em função das necessidades".

Capela ainda destruída

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Uma capela, na aldeia de Adega, continua totalmente destruída, apesar de várias promessas.

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