Falhas do piloto matam duas pessoas em praia na Caparica
Erros na gestão da emergência fatais para Sofia e José.
Falhas" e "falta de preparação" do piloto instrutor da avioneta na "gestão da emergência" provocaram as duas mortes na praia de São João, na Costa de Caparica, em Almada.
A 2 de agosto de 2017 a aeronave pilotada por Conde de Almeida, de 67 anos, e o aluno Rui Relvas, de 27, aterrou de emergência após ter ficado sem motor devido a um defeito na válvula de um carburador, que cortou combustível.
As conclusões são do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves, num relatório ontem publicado sobre o incidente que matou Sofia António, de 8 anos, e José Lima, de 56, que estavam à beira-mar quando foram atingidos pelo Cessna.
O relatório aponta para a responsabilização do piloto, o que poderá ser valorizado pela Polícia Judiciária de Setúbal e pelo Ministério Público na investigação judicial em curso.
Os especialistas referem a "omissão de verificação de itens da lista", "omissão de passos do procedimento", "falha em priorizar tarefas", "perda de perceção situacional", "excesso de confiança", "falha de liderança" e "julgamento tardio", entre outras falhas apontadas a Conde de Almeida.
PORMENORES
Rolou 245 metros na praia
Era a lição de voo nº 39, com saída de Tires para Évora e volta. Avaria ocorreu pouco depois da descolagem. A avioneta planou 5 km em 77 segundos até aterrar de emergência na praia, onde ainda rolou 245 metros.
Outras alternativas
Os investigadores fizeram voos de teste. Concluíram que o piloto podia ter aterrado de emergência do lado norte do Tejo ou escolhido outro local do lado sul (foram identificados 3). O GPIAA não encontrou evidências do treino em amaragens nem coletes salva-vidas na aeronave.
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