Família de grávida e bebé que morreram no Amadora-Sintra cria angariação de fundos para transladar corpos para a Guiné
Depois de Umo Candi dar entrada em paragem cardiorrespiratória, médicos realizaram de emergência a extração do bebé, que também não sobreviveu.
A família de Umo Candi e Sofia Adama, a grávida e a bebé que morreram no hospital Amadora-Sintra, criou uma angariação de fundos, através do GoFundMe, para conseguirem transladar os corpos para a Guiné. O caso remonta ao passado dia 29 de outubro, quando a mãe, de 36 anos e que era seguida no SNS desde as 20 semanas da gravidez, se deslocou ao serviço hospitalar para uma consulta de rotina e onde lhe foi diagnosticada uma hipertensão ligeira. Depois de voltar a casa com uma nova consulta marcada, Umo Candi voltou ao hospital dois dias depois, em paragem cardiorrespiratória.
Os médicos tiveram de realizar uma extração de emergência do bebé, mas a grávida de 36 anos acabou por não resistir e morreu. O mesmo aconteceu mais tarde com o bebé. Depois de noticiado o caso, a ministra da Saúde veio referir que obteve por parte da ULS foi que a grávida não tinha recebido acompanhamento pré-natal, mas a afirmação foi desmentida pela família, que garantiu que a grávida tinha consultas marcadas desde julho.
"Umo e a sua bebé morreram dia 31 de outubro vítimas de negligência médica", lê-se no texto que acompanha a angariação. "Não temos ajuda neste momento de ninguém para fazer a trasladação do corpo para a Guiné-Bissau. Peço ajuda a todos por favor".
A amiga da família disse ao CM que já conseguiram 2300 euros, mas que precisam de 4500.
O presidente do conselho de administração da Unidade Local de Saúde, Carlos Sá, informou posteriormente que parte da informação que foi dada à ministra da Saúde estava "incompleta", o que acabou por fazer com que apresentasse a demissão. Contudo, e apesar da pressão, Ana Paula Martins recusou demitir-se.
Depois das declarações da ministra Ana Paula Martins, a família de Umo alegou demora no socorro, sexta-feira, quando a grávida se sentiu mal e ligou para o 112. Os Bombeiros de Agualva chegaram 8 minutos após terem sido acionados pelo CODU, segundo os documentos a que o CM teve acesso, e a VMER do HAS chegou após os bombeiros verificarem que Umo estava em paragem cardiorrespiratória.
A Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) e a Entidade Reguladora da Saúde (ERS) abriram inquéritos para apurar responsabilidades no caso.
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