Fidelidade diz que atribuição de indemnizações às vítimas do acidente no elevador da Glória vai demorar, mas garante apoio
Segundo o responsável, este tipo de processo "tipicamente é demoroso porque falta definir muito claramente o valor das indemnizações no caso das mortes".
O presidente executivo da Fidelidade, seguradora da Carris, disse que o processo de atribuição de indemnizações às vítimas do acidente no elevador da Glória vai demorar, porque falta definir os valores envolvidos, mas garantiu que "ninguém fica desamparado".
"Estes processos tendem a ser um pouco mais longos. Nós já pagámos despesas de todas estas vítimas, digamos assim. Despesas com tratamentos hospitalares, de viagens, aos familiares", disse Rogério Campos Henriques em entrevista à Antena 1 e ao Jornal de Negócios, divulgada este fim de semana.
Segundo o responsável, este tipo de processo "tipicamente é moroso porque falta definir muito claramente o valor das indemnizações no caso das mortes".
Rogério Campos Henriques apontou que para que se chegue a esse valor é preciso ter em conta diversas variáveis, como a idade da vítima, a sua situação familiar, danos morais que foram ou não incorridos ou até mesmo a identificação de herdeiros, tornando-se num processo longo.
"É um processo que vai demorar, o que nós asseguramos é que, independentemente do tempo que este processo demore, ninguém fica desamparado", acrescentou o executivo, que não quis especificar o valor provisionado pela seguradora para este caso, referindo que "são vários milhões de euros".
O descarrilamento do elevador da Glória, sob gestão da empresa municipal Carris, ocorreu no dia 03 setembro e provocou 16 mortos e duas dezenas de feridos, entre portugueses e estrangeiros de várias nacionalidades.
Na mesma entrevista, realizada no âmbito do programa Conversa Capital, Rogério Campos Henriques apontou que tem havido um abrandamento do número de seguros de saúde -- tendo a Multicare mais de 1.200.000 pessoas seguradas --, e "um aumento, sobretudo, da utilização".
"O seguro de saúde em Portugal, quando foi criado, tinha uma perspetiva complementar, acrescentava uma camada de serviço, de conveniência, que, nos últimos anos, face a alguma dificuldade do Serviço Nacional de Saúde (SNS) se ampliou e, portanto, há mais oferta e as pessoas usam mais o seguro de saúde", afirmou, dizendo que tal "também explica por que é que o custo do seguro de saúde tem vindo a subir".
Na ótica da subida dos prémios dos seguros, Rogério Campos Henriques estimou que os preços dos seguros de saúde deverão continuar a subir no próximo ano, mas abaixo dos 7% registados este ano, e que a subida também deverá acontecer noutros ramos.
No caso do ramo automóvel, o responsável registou que não houve uma descida do número de sinistros e que o custo das reparações aumentou. Em particular, apontou que o custo médio da reparação dos veículos elétricos é superior ao das reparações de veículos de combustão interna.
No caso de fenómenos atmosféricos severos, como Martinho e Cláudia, o CEO da Fidelidade apontou que "custaram largas dezenas de milhões de euros, no seu conjunto".
Sobre a construção da nova sede do Banco de Portugal em Entrecampos, Rogério Campos Henriques disse que está a avançar e que o calendário está a ser cumprido, tendo já falado com o novo governador, Álvaro Santos Pereira.
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