Presidente da Câmara de Lisboa reforçou que relatório preliminar sobre a tragédia do elevador da Glória "não aponta nenhuma responsabilidade política".
O presidente da Câmara de Lisboa garantiu esta quinta-feira a segurança dos elétricos e dos autocarros da empresa municipal Carris e reforçou que o relatório preliminar do GPIAAF sobre a tragédia do elevador da Glória "não aponta nenhuma responsabilidade política".
Questionado sobre as falhas no enquadramento legal dos sistemas de transportes da Carris, para garantir uma adequada fiscalização e supervisão que salvaguarde a segurança dos utentes, Carlos Moedas disse desconhecer essa informação presente no relatório preliminar do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF), divulgado na segunda-feira, relativo ao acidente com o elevador da Glória.
"Eu não tenho conhecimento. Aquilo que eu tenho conhecimento do relatório é em relação aos elevadores e aos ascensores. Não estamos aqui a falar dos elétricos de todos os dias", afirmou o autarca social-democrata à margem da conferência "Gebalis 30 Anos - Desafios da Gestão da Habitação Municipal".
"Os lisboetas sabem que a Carris tem sido uma empresa que durante todos estes anos tem transportado milhões de pessoas de forma segura, portanto, estarmos aqui a levantar dúvidas sobre a segurança da empresa ao nível dos autocarros e dos elétricos, eu penso que isso não é verdade, nunca foi. As pessoas podem estar seguras quando andam de elétrico ou de autocarro. O que estávamos aqui a falar é dos elevadores e os elevadores estão parados", declarou.
De acordo com o relatório preliminar do GPIAAF ao acidente com o elevador da Glória, em 03 de setembro, que causou 16 mortos e cerca de duas dezenas de feridos, entre portugueses e estrangeiros de várias nacionalidades, os ascensores, como o da Glória e do Lavra, em Lisboa, assim como os elétricos da Carris, estão fora da supervisão do Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT), estando apenas debaixo da fiscalização da própria empresa gestora.
O GPIAAF "constatou que os carros elétricos" da Carris "estão na mesma situação [sem supervisão independente], por não existir um enquadramento legal para a regulação técnica e de segurança dos sistemas de elétricos que circulam em via não reservada".
"Desta forma, as condições de segurança dos elétricos, históricos, modernizados ou modernos, que circulam nos arruamentos públicos em comum com veículos rodoviários, quer na sua entrada ao serviço, quer durante a sua vida", não estão, em Portugal, sujeitas "ao cumprimento de quaisquer regras que não as definidas pela própria empresa, nem, principalmente, a qualquer tipo de supervisão independente", concluiu.
Na terça-feira, o ministro das Infraestruturas afirmou que o Governo detetou, após o acidente do elevador da Glória, em Lisboa, uma lacuna na supervisão destes transportes, tendo imediatamente mandatado o IMT para a colmatar.
Hoje, o presidente da Câmara de Lisboa reforçou que o relatório preliminar do GPIAAF aponta "falhas técnicas, falhas que vêm do passado e que também estavam no presente e, por isso, há uma responsabilidade técnica".
"Por isso, imediatamente aceitei a renúncia do presidente da Carris", indicou Carlos Moedas, reeleito presidente da Câmara de Lisboa nas eleições autárquicas de 12 de outubro, referindo que a atual administração desta empresa municipal de transporte público, sob presidência de Pedro de Brito Bogas, continuará em funções até à escolha da nova equipa, o que se prevê depois da tomada de posse do novo executivo municipal e de "várias reuniões" quanto à instalação dos órgãos camarários.
Sobre o pedido dos vereadores da oposição, inclusive o PS, para que seja assumida a responsabilidade política quanto ao acidente com o elevador da Glória, o autarca do PSD disse que "é triste que se continue a tentar politizar uma tragédia" e sublinhou que o relatório do GPIAAF refere "falhas técnicas, não aponta nenhuma responsabilidade política".
Quanto às falhas na manutenção dos ascensores da Carris, Carlos Moedas referiu que, neste momento, e desde o acidente de 03 de setembro, esses equipamentos estão parados e o município tem "uma comissão técnica, com os melhores especialistas", para garantir que possam voltar a funcionar, o que só acontecerá quando houver "a certeza absoluta" quanto à segurança.
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