António Costa diz que relatório sobre Tancos não é "documento autêntico"

Primeiro-ministro critica Passos Coelho por tecer comentários sobre "algo fabricado".

23 de setembro de 2017 às 16:58
Presidente da República, Departamento Central de Investigação e Ação Penal, Polícia Judiciária, , Tancos, ministro da Defesa, Líbano, Iraque, Espanha Foto: Lusa
Acusação do furto de armas em Tancos está em risco Foto: CMTV
Tancos Foto: CMTV
Vigias do perímetro militar de Tancos estão a ser investigados. É quase certo que o grupo que invadiu os paióis contou com ajuda militar Foto: Rui Miguel Pedrosa
Assalto a Tancos pode estar relacionado com redes de crime Foto: Rui Miguel Pedrosa

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O Estado Maior-General das Forças Armadas negou este sábado que exista algum relatório dos serviços de informações militares sobre o caso do roubo de armas em Tancos. O EMGFA nega, assim, a notícia divulgada este sábado pelo jornal Expresso, que diz existir um relatório destes serviços que "arrasa a atuação do Governo e dos chefes militares" no caso do roubo de armas.Num curto comunicado, assinado por Helder Perdigão, 

"Relativamente à notícia publicada este sábado pelo jornal Expresso intitulada "relatório explosivo sobre Tancos arrasa poder político e militar" e que está a ter eco em outros órgãos de comunicação social, vem o Estado-Maior-General das Forças Armadas (EMGFA) informar que o seu Centro de Informações e Segurança Militar (CISMIL) não produziu qualquer relatório sobre o assunto".

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O Jornal Expresso reagiu a este comunicado na tarde deste sábado, afirmando a veracidade do documento que divulgou. 

O documento, cuja credibilidade foi confirmada pelo Expresso junto de várias fontes, contém informação de cariz militar e também ao nível da segurança interna. As fontes humanas citadas pelo relatório são militares no ativo e também na reserva".

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O CM apurou que a Polícia Judiciária ainda não recebeu qualquer relatório desta natureza, oriundo de alguma fonte militar, com as características divulgadas este sábado pelo Expresso.

Relatório não pertence a "nenhum organismo oficial" do Estado, diz António Costa

O primeiro-ministro, António Costa, reiterou na noite deste sábado desconhecer o relatório noticiado pelo Expresso sobre o furto de armas em Tancos, sublinhando que o documento não pertence a "nenhum organismo oficial" do Estado.

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"Não sei a que documento se refere o jornal. Sei que não é de nenhum organismo oficial do Estado português", disse António Costa, em declarações à RTP em Almancil, no concelho de Loulé, à margem de uma iniciativa de apoio aos candidatos locais nas autárquicas de outubro.

"O que nós já sabemos é que não é um documento produzido por nenhum dos serviços de informação do Estado português, por nenhum serviço de segurança do Estado português", acrescentou o primeiro-ministro.

António Costa sublinhou que o Estado-Maior-General das Forças Armadas já "desmentiu a autenticidade desse documento", tal como o secretário-geral dos Serviços de Informações.

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Para o líder do executivo do PS, sai fragilizada a "credibilidade da informação" e dos que "comentam notícias sem verificar a veracidade dos documentos", aludindo ao presidente do PSD, Pedro Passos Coelho.

"Acho absolutamente lamentável que [Passos Coelho] tenha feito comentários com base numa notícia sem primeiro sequer confirmar se esse documento era autêntico", sublinhou António Costa.

E concretizou: "Receio muito que estejamos a falar sobre algo fabricado e não sobre um documento autêntico. Um documento autêntico já sabemos que não é".

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