Governo testa acordo para isolar grevistas
Ministro Pedro Nuno Santos juntou patrões e Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM), que desconvocou a greve.
O Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM) aceitou esta quinta-feira à noite desconvocar a greve, com efeitos imediatos, após mais uma jogada do Governo para aproximar o sindicato à Antram, associação que representa os patrões.
A intenção do Executivo com este acordo no setor do transporte de mercadorias é isolar o Sindicato dos Motoristas de Matérias Perigosas (SMMP), que tem como pivô Pedro Pardal Henriques, que se recusou esta quinta-feira a terminar o protesto.
O ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, conseguiu convencer os dirigentes do SIMM – sindicato que também tinha entregado um pré-aviso de greve e que alinhou ao lado de Pardal Henriques na decisão de avançar para o protesto – a sentarem-se de novo à mesa com os patrões com vista a alcançar um acordo para um novo contrato coletivo de trabalho.
Um acordo que está cada vez mais perto, agora que surgiram os primeiros sinais de entendimento. "Este é um passo importante, com o SIMM a abrir um processo negocial com a Antram", disse o governante, elogiando o sindicato por, desta forma, "dignificar a profissão".
"A greve vai ser desconvocada. Não surtiu na totalidade os efeitos que desejávamos. Hoje fala-se da nossa vida, há um conhecimento diferente da nossa vida. Vamos trabalhar as nossas propostas, algumas delas já estão acordadas com a Fectrans e outras vamos tentar melhorar", disse o representante do SIMM, Anacleto Rodrigues, à saída do encontro.
Esta quinta-feira, Pardal Henriques e Francisco São Bento, do SMMP, ainda se deslocaram ao Ministério do Trabalho para pedirem mediação no conflito com a Antram. Os patrões mostraram disponibilidade para discutir se este sindicato desconvocasse a greve, o que foi rejeitado.
Pardal investigado diz nada saber
Pedro Pardal Henriques está a ser investigado pelo DIAP de Lisboa por suspeitas de burla, depois de ter dado entrada uma queixa-crime em que um empresário francês diz ter sido enganado pelo advogado, a quem terá entregado 85 mil euros para a compra de um terreno. Ao CM, Pardal Henriques diz não ter sido notificado e desmente estar envolvido no negócio.
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