Um dos motoristas chegou a casa e tinha dois GNR à espera para o identificarem e levarem até ao posto de trabalho.
1 / 6
Quatro motoristas foram esta quarta-feira surpreendidos por elementos da GNR que os identificaram e ameaçaram com prisão caso não os acompanhassem ao local de trabalho e iniciassem os serviços para os quais estavam escalados. Entretanto, os grevistas desafiaram os patrões a voltar esta quinta-feira à mesa das negociações.
A denúncia das detenções foi feita pelo Sindicato dos Motoristas e Matérias Perigosas e depois confirmadas pela GNR, que assumiu "foram quatro os trabalhadores notificados de que a sua não comparência no local de trabalho constituía a prática do crime de desobediência". A GNR assegura que não houve detenções e que os trabalhadores "decidiram voluntariamente cumprir o serviço para o qual estavam nomeados", mas os motoristas desmentem.
O Correio da Manhã e a CMTV presenciaram o momento em que três funcionários de uma transportadora chegaram às instalações da empresa acompanhados de militares da GNR para se apresentarem ao serviço. Aníbal Cartaxo, um desses condutores, quando iniciava já a marcha, descreveu os momentos anteriores: "Foi simples. Já lá estavam em casa dois agentes da investigação criminal da GNR. Disseram-me que se eu não viesse ficava detido."
Aníbal Cartaxo confirmou ter assinado a notificação e ter sido levado às instalações da empresa pelas forças de segurança. "A empresa disse-me que tinha de fazer os serviços mínimos", acrescentou. O motorista ia abastecer três postos da rede de emergência REPA. O sindicalista Pedro Pardal Henriques afirmou aos jornalistas ter visto uma lista com cerca de 50 pessoas para identificar.
Pardal Henriques endereçou também um convite à ANTRAM para uma reunião esta quinta-feira, no Ministério do Trabalho. O desafio surgiu no mesmo dia em que a Fectrans reuniu com o patronato num encontro em que foi concluído um "documento de trabalho", que resultou do acordo atingido entre as duas partes.
Ao final da tarde de quarta-feira, o Ministério do Ambiente fez um balanço do 3º dia de greve, excluindo o alargamento da requisição civil pois os serviços mínimos "foram genericamente cumpridos".
GNR e PSP com menos patrulhas
A mobilização de elementos da PSP para minimizar os efeitos da greve e garantir a segurança do transporte de combustíveis está a retirar polícias do serviço operacional. De acordo com o presidente da Associação Sindical dos Profissionais de Polícia, há equipas de intervenção rápida desviadas das suas áreas para Leixões, mas também há casos em que as patrulhas às ocorrências são eliminadas.
Na zona de Lisboa, sabe o CM, a esquadra de Alhandra, Vila Franca de Xira, tem fechado durante a noite devido à falta de efetivo, mobilizado para a greve. "Cada polícia tem de fazer o trabalho de dois, três ou mesmo quatro", aponta Paulo Rodrigues, garantindo que estes agentes nada recebem a mais. "Apenas aqueles que são destacados de mais longe, como Bragança, recebem uma ajuda de custo, mas que em pouco ultrapassa os cinco euros", explica.
Já na GNR, há militares a trabalhar 27 horas seguida a troco de uma ajuda de custo semelhante. Ambos os dirigentes questionam como será se a greve se prolongar.
Em Quarteira não apareceu ninguém para trabalhar
Segundo o Governo, "os únicos casos de incumprimento dos serviços mínimos" prendem-se com os aeroportos de Lisboa e Faro". O ministro Matos Fernandes disse que nenhum trabalhador se apresentou ao serviço em Quarteira, pelo que foram mobilizadas seis equipas da GNR. Para Lisboa, foram utilizadas 18 equipas do Exército e das forças da segurança.
Combustível faltou em 197 postos de zonas rurais
O ministro do Ambiente, Matos Fernandes, revelou esta quarta-feira que durante a manhã 197 postos de áreas rurais não tinham qualquer combustível, mas nenhum deles pertencente à Rede de Emergência de Postos de Abastecimento (REPA). Nessas zonas, "67% dos postos têm todos os combustíveis" e "83% dos postos REPA" têm também todos os combustíveis, acrescentou. Ao contrário do sucedido terça-feira, os números não foram atualizados ao final do dia.
Pedidas 200 rações de combate
A contestação à forma como os militares da GNR forma mobilizados para esta greve levou o Comando Geral da Guarda a solicitar à Manutenção Militar (Exército) a disponibilização de rações de combate. Segundo o CM apurou, foram 200 as unidade requeridas pelo Comando da Administração dos Recursos Internos (CARI) da GNR. A medida, sabe o CM, surge depois da denúncia de que os militares foram obrigados a trabalhar mais de 24 horas seguidas e tiveram de pagar as refeições do seu próprio bolso.
PORMENORES
Declarar tudo
O Ministério do Trabalho esclareceu que as transportadoras de mercadorias estão obrigadas a declarar à Segurança Social todas as remunerações sujeitas a descontos, não lhes sendo aplicada "qualquer situação excecional".
Greve na PSA de Sines
Os trabalhadores do Terminal XXI, no porto de Sines, estão em greve desde segunda-feira para exigir aumentos salariais e a reintegração de 80 trabalhadores que não renovaram contratos com a empresa PSA Sines.
Alcobaça preocupada
O autarquia de Alcobaça manifestou-se preocupada com a falta de abastecimento no posto da Rede de Emergência de Postos de Abastecimento (REPA), sem combustível desde quinta-feira, afirmando que pode pôr em causa situações de socorro.
Menos obras em Setúbal
A Câmara de Setúbal adotou medidas para fazer face à crise energética, como a redução de serviços de obras municipais e das deslocações para fora do concelho. Assim, as reservas são suficientes para um mês.
Municípios algarvios
A Comunidade Intermunicipal do Algarve afiançou ontem que o abastecimento à região tem sido "minimamente garantido", mas advertiu que é preciso monitorizar constantemente a situação.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.