Idosos agredidos esperam anos antes de queixa

Vítimas aguentam entre dois a seis anos de sofrimento.

01 de outubro de 2015 às 14:17
idosos Foto: Reuters
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Conhece casos de agressões a idosos?

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Conhece casos de agressões a idosos?

A maior parte dos idosos que recorreu à APAV entre 2013 e 2014 viveu entre dois a seis anos como vítima de crime e de violência, delitos cometidos sobretudo pelos filhos e companheiros, segundo dados esta quinta-feira divulgados.

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Hoje assinala-se o Dia Internacional da Pessoa Idosa e para marcar a data a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) divulgou uma estatística temática sobre as pessoas idosas vítimas de crime entre os anos de 2013 e 2014.

De acordo com os dados da APAV, neste período houve 2.009 pessoas idosas que pediram ajuda à associação, sendo que 1.626 revelaram ser vítimas de crime e de violência. Este número reparte-se entre 774 vítimas em 2013 e 852 em 2014.

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"De 2013 para 2014 verificou-se um aumento processual de 10,1% (+78 processos de apoio) ", diz a APAV.

APAV regista 4.105 crimes

No total, a APAV registou 4.105 crimes contra pessoas idosas, sobretudo maus tratos psíquicos (36,4%) e maus tratos físicos (24,4%).

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Em 2013 houve registo de seis homicídios consumados, número que baixou para três em 2014.

As pessoas idosas foram sobretudo (80%) vítimas de crimes de violência doméstica.

Em mais de 50% dos casos (208 - 2013, 228 - 2014), as vítimas têm entre 65 e 69 anos e quando analisado o estado civil, conclui-se que a maioria ou estava casada (44,5%) ou era viúva (28,5%).

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Em 550 casos, os idosos viviam em famílias nucleares com filhos, havendo também outros 300 que viviam sozinhos.

Filho é o principal agressor

Quando analisada a relação com o agressor, os dados da APAV revelam que em 617 casos (36,5%) o autor das agressões ou do crime é o próprio filho, enquanto em 489 casos (28,8%) o agressor foi o cônjuge. Há também 80 casos em que são os próprios netos.

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Os dados mostram também que o tipo de vitimação continuada atinge nos dois anos "um valor bastante elevado", chegando aos 77% em 2013 e aos 80% em 2014.

A maior parte dos idosos (62,4%) não soube ou não respondeu à pergunta sobre durante quanto tempo aguentaram as agressões, mas entre os que responderam (37,5%), a maior parte (26,6%) admitiu ter aguentado entre dois e seis anos.

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