João Rendeiro devastado após saber que vai ficar em prisão preventiva
Ex-banqueiro fica detido até à sessão de 10 de janeiro, onde será discutido o pedido de extradição.
João Rendeiro vai ficar em prisão preventiva até ao dia 10 de janeiro, data da sessão onde será discutida a extradição do antigo banqueiro. A decisão foi conhecida esta sexta-feira.
Após saber a decisão e ver o pedido de libertação sob fiança negado, o ex-banqueiro mostrou-se visivelmente derrotado.
Rendeiro foi novamente a tribunal esta sexta-feira, depois de terem sido adiadas as três últimas sessões. A defesa, que apresentou um pedido de libertação mediante uma caução, pediu mais tempo para analisar o processo.
O juiz Rajesh Parshotam começou por referir os crimes pelos quais o ex-banqueiro responde e refere que João Rendeiro não declarou impostos em quatro anos e o dinheiro que desviou foi para uso pessoal.
O magistrado avançou que as autoridades sul-africanas ainda não receberam qualquer pedido de extradição de Portugal e que esse pedido tem de ser feito pelas vias judiciais. Acrescentou ainda que a informação é insuficiente sobre o pedido, de acordo com aquilo que o tribunal analisou devido à falta de força das provas.
Segundo o juiz, João Rendeiro alegou que não teria um julgamento justo em Portugal e o arguido "merece um julgamento justo".
Sobre as condições das prisões, o magistrado referiu que é mentira que não haja condições de segurança nas prisões sul-africanas e que o tribunal lhe garante essa segurança.
O juiz argumenta ainda que Rendeiro não tem laços na África do Sul e que em Portugal tem a mulher. Prossegue ao referir as datas e o percurso de fuga do ex-banqueiro até chegar à África do Sul e que quando chegou ao país apresentou um pedido de migração.
"Se João Rendeiro não respeitou a justiça em Portugal, porque vai respeitar na África do Sul", questionou o juiz. Fala ainda que existe perigo de fuga e que é impossível que as agências continuem a vigiá-lo durante 24h.
"A defesa quer fazer parecer que o arguido é a vítima e que as acusações são injustas", acrescenta. Sobre o pedido de fiança refere que "não seria do interesse da justiça (...)".
O ex-presidente do Banco Privado Português (BPP) foi preso no passado sábado, num hotel em Durban, na província sul-africana do KwaZulu-Natal, numa operação que resultou da cooperação entre as polícias portuguesa, angolana e sul-africana.
João Rendeiro estava fugido à justiça há três meses e as autoridades portuguesas reclamam agora a sua extradição para cumprir pena em Portugal.
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