"Sporting somos nós": Os gritos dos agressores e os quatro principais alvos do ataque à Academia
Antigo presidente leonino reuniu com os jogadores na véspera do ataque sobre problemas com as claques.
Os jogadores do Sporting foram esta segunda-feira a ser ouvidos no julgamento do ataque à Academia de Alcochete, no Tribunal do Montijo. A audição foi feita por videoconferência.
Maximiano, o guarda-redes dos leões, de 20 anos, foi o primeiro a ser ouvido. Mathieu (jogador francês que vai levar um tradutor) e Wendell foram ouvidos à tarde.
Os jogadores foram ouvidos a partir do Tribunal do Montijo e não no Tribunal de Monsanto. Esta decisão foi tomada depois de um pedido feito pelo advogado dos jogadores, que alegam ter medo dos arguidos autores das agressões.
Acompanhe ao minuto:
17h00 - Termina a sessão desta segunda-feira. O julgamento do ataque à Academia de Alcochete prossegue esta terça-feira.
16h10 - "O William Carvalho esteve a discutir com um dos agressores. Naquele dia, liguei logo para a minha mulher, não sabia se chegava a casa", relata Mathieu afirmando que aquele episódio ficará "para sempre" na sua memória. 16h05 -
"Falou sobre sermos uma família e falou com o Battaglia sobre a discussão no aeroporto que foi tida com o adepto que era chefe das claques", disse. 15h41 - 15h36 - 15h14 -
O francês afirma ainda que os agressores entraram prontos a bater, "não houve diálogo". "Ocuparam todo o balneário", revela acrescentando que estavam três pessoas a bloquear a porta.
"Quando entraram perguntaram logo pelo William, Patrício, Battaglia e Acuña", revela o francês. "Não era um alvo, mas senti muito medo. A mim não me tocaram diretamente", afirma ainda Mathieu.
15h04 - É a vez de Mathieu ser ouvido. Traz com ele um tradutor para facilitar o entendimento entre o jogador e o coletivo de juízes. Tem 36 anos e está há três na equipa leonina. Também ele estava na academia quando se deu o ataque.
Mathieu afirma que a porta do balneária estava aberta contrariando a versão de Wendell que alega que a mesma estava fechada, apesar de não se recordar de quem a fechou. "O Vasco tentou fechar [a porta]. Mas já era tarde, alguém fez força e conseguiram entrar", afirma o futebolista francês. 15h02 - 15h00 - 15h00 - 14h50 -
14h20 -
Wendell afirma ainda que Misic foi agredido com um cinto nas costas e William com "tapas". 14h00 - 12h00 -
11h38 - Luís Maximiano disse ter estado presente numa reunião de 14 de maio de 2018, véspera do ataque, entre o plantel e elementos do Conselho de Administração, incluindo o então presidente Bruno de Carvalho.
O guarda-redes contou que Bruno de Carvalho disse que tinham "acontecido algumas coisas com a claque" na Madeira, após a derrota com o Marítimo, por 2-1, no domingo antes, 13 de maio, que afastou os 'leões' da Liga dos Campeões.
Nessa reunião o então presidente do clube disse que era preciso "proteger a equipa, que estava com o plantel e que era preciso resolver essa situação", aludindo ao episódio de trocas de palavras entre alguns jogadores e elementos da claque Juventude Leonina, no Aeroporto da Madeira, com enfoque no jogador Acuna.
Max indicou que Bruno de Carvalho disse que tinha falado com o "chefe da claque, que não era uma situação fácil", mas que a mesma teria de ser resolvida "em família", reportando-se a ele próprio e ao plantel.
11h30 - O futebolista testemunhou por videoconferência, a partir do Tribunal do Montijo, a pedido do Sporting, assistente no processo, por "questões psicológicas".
11h26 - Maximiano alega que as agressões eram dirigidas. De acordo com Max, como é conhecido, os agressores foram em direção aos jogadores William Carvalho, Rui Patrício, Battaglia, Montero e Acuña. Só Josip Misic terá agredido ao ao acaso. O guarda-redes disse ainda que a "confusão era grande" e "não dava para perceber quem era", uma vez que estavam encapuzados.
11h24 - "Tive receio, fiquei assustado", diz ainda o guarda-redes leonino afirmando ainda: "Tinha o sonho de jogar na equipa principal e a primeira coisa que vejo é isto".
"Fiquei tão bloqueado, atrapalhado que fiquei sem reação. Houve pânico e muita confusão. Entraram e começamos a perceber que era algo mais grave", explicou o guarda-redes, de 20 anos, acrescentando que no interior do vestiário "estava praticamente todo o plantel" e que o holandês Bas Dost se encontrava no corredor.
Após começar a ser questionado, o guarda-redes dos leões começou por dizer que a Academia foi invadida por cerca de 20 indivíduos que entraram juntos e mascarados. De acordo com Maximiano, esses indivíduos dirigiram-se a William, Battaglia e a Acuña.
"O William levou um murro e o Rui [Patrício] também. O Bataglia e o Montero levaram com um garrafão de água. O Montero levou um estalo. O Misic levou com um cinto na cara e o Acuña levou uns pontapés e um murro", descreveu o guarda-redes, que à data dos factos fazia parte da equipa de juniores do Sporting, mas que, por vezes, também era chamado à equipa principal de futebol.
Maximiano conta que ficou "um bocado" atrapalhado e admite que viu os colegas a serem agredidos. O guarda-redes diz que William foi atingido com um murro no peito, assim como Rui Patrício. Já Battaglia e Montero levaram com um garrafão e Acuña foi atingido com pontapés. Misic foi agredido com um cinto na cara.
O guarda-redes do Sporting fala ainda em tochas de fumo que foram atiradas para dentro do vestuário e uma delas, a última, foi atirada contra Mário Monteiro, da equipa técnica. Foi atingido na barriga.
Os agressores, antes de abandonarem o local, ainda ameaçaram os jogadores: "ou ganham no domingo ou vão ver".
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