Mãe chora filho morto em cilada no Seixal

Gladys diz que condenação não lhe apaga a mágoa da perda de Jonathan Gutierrez, em Almada.

19 de março de 2019 às 01:30
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"A mãe dele [homicida] tem direito a ir vê-lo à cadeia, a escutar a sua voz. Eu não. Só me resta ir ao cemitério e falar com uma pedra! Ele era o meu menino feliz. Agora vivo no silêncio", diz Gladys Gutierrez. Pela primeira vez, a mãe do jovem morto à facada, em maio de 2018, no Seixal, quebra o silêncio para dizer que o filho foi vítima de uma cilada. "Todos os que estavam com o meu filho estavam de costas e ninguém viu o André? Não acredito! Uma semana antes um amigo, que não lhe falava há dois anos, começou a convidá-lo para ir a Belverde. O meu filho caiu numa cilada", conclui mãe.

Jonathan Gutierrez, de 25 anos, foi assassinado junto a umas bombas de gasolina, na noite de 23 de maio, num ato de vingança por outro episódio ocorrido nove anos antes. Diz a acusação que André Lopes, da mesma idade, nunca esqueceu o momento em que Jonathan o agrediu com uma garrafa, em 2009. Tinham ambos 16 anos.

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A retaliação chegou em 2018. Jonathan estava de costas para o agressor quando este lhe tocou no ombro. "Pensavas que me tinha esquecido?!", perguntou. Jonathan não teve tempo de responder. Foi golpeado no pescoço e, em segundos, estava morto no chão. Gladys diz ao CM que gostava que a justiça tivesse mão pesada mas reconhece que nada trará o filho de volta. "Não são os 10 nem 20 anos que o André vai preso que vão pagar esta mágoa. Por mim pode ficar livre. Qual é a diferença?!", diz.

André Lopes conhece esta terça-feira a sentença por homicídio qualificado no Tribunal de Almada.

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