Marinha e Força Aérea resgatam quatro espanhóis ao largo do Algarve em lancha igual à usada por traficantes
Caso já foi transmitido ao Ministério Público e à PJ.
A Marinha e a Força Aérea resgataram, ao largo do Cabo de S. Vicente, no Algarve, quatro espanhóis que se encontravam em risco de naufrágio a bordo de uma lancha rápida semirrígida e com três potentes motores fora de bordo, como as utilizadas pelos traficantes de droga que fazem a rota desde o Norte de África e os que vão a navios fazer transbordos em alto mar. É o segundo caso, na mesma zona, em menos de duas semanas.
Segundo explicou ao CM fonte da Marinha, não foi observada na lancha, tal como da primeira vez, qualquer fardo de droga. No entanto, o caso já foi transmitido ao Ministério Público e à PJ.
O alerta foi dado ao início da tarde de quarta-feira pelo centro de busca e salvamento de Madrid. Os ocupantes da lancha rápida deram o alerta que estavam a naufragar após terem ficado à deriva. Encontravam-se a 46 km a sudoeste do Cabo de S. Vicente – exatamente a mesma zona do resgate de sábado da semana passada, onde na lancha estava três marroquinos e um espanhol.
"De imediato, a Marinha, através do Centro de Coordenação de Busca e Salvamento Marítimo de Lisboa (MRCC Lisboa), coordenou a operação de resgate, tendo divergido para o local três navios mercantes que se encontravam mais próximos da área de busca. Foram ainda empenhados o navio da Marinha NRP Viana do Castelo e um helicóptero EH-101, da Força Aérea Portuguesa", descreve a Armada.
O mercante "BW Danube 3" avistou e localizou a lancha com os quatro tripulantes. "Contudo, dadas as condições meteorológicas adversas, não foi possível efetuar a transferência dos quatro indivíduos, em segurança, tendo o navio permanecido na área e facultado, entre outros, alguns mantimentos", descreve a Marinha.
Os espanhóis acabaram resgatados pelo ‘héli’ EH-101 da Força Aérea. Primeiro um, transferido para o NRP Viana do Castelo, que navegou rumo a Portimão, onde chegou ao esta quinta-feira de manhã. No entanto, o ‘héli’ teve primeiro de reabastecer e "com condições de mar muito adversas" regressou ao local para recuperar os restantes três náufragos, já de madrugada, levando-os para o aeroporto de Faro.
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