Militares em combate de 50 horas na República Centro-Africana

Paraquedistas lusos em tiroteio com armas pesadas.

15 de janeiro de 2019 às 08:41
Imagens aéreas das forças portuguesas mostram zona de conflito Foto: Direitos Reservados
Militares estiveram 50 horas em tiroteio Foto: Direitos Reservados
Tropas destruíram quartel-general de grupo armado Foto: Direitos Reservados

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Amissão é de paz, mas as sucessivas ameaças à população e ataques violentos indiscriminados levaram a ONU a ativar os militares portugueses em missão na República Centro-Africana (RCA) para a frente de combate de Bambari, uma zona controlada até agora pelo grupo armado UPC.

Foram 50 horas de tiroteio no fim de semana, com os elementos da Força de Reação Rápida a enfrentar guerrilheiros armados com lança-rockets.

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Segundo fontes militares, a decisão dos chefes da MINUSCA (nome da missão da ONU naquele país) foi tomada na quinta-feira, após um "violento ataque de um grupo armado no centro da cidade" de Bambari, e levou à rápida intervenção da força militar portuguesa.

A operação levou à "debandada do centro da cidade do grupo UPC, que tem vindo sucessivamente a minar o processo de paz e de estabilização da RCA".

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Mas a fuga dos guerrilheiros levou a ONU a manter o empenhamento dos paraquedistas portugueses da Força de Reação Rápida numa nova operação para "pressionar para fora da região de Bambari os rebeldes e forçar as negociações para a paz".

Os confrontos ocorreram logo nas primeiras horas de sábado, com especial intensidade na vila de Bokolobo, a 60 km de Bambari, onde se encontrava o líder rebelde Ali Darassa.

Apesar da resistência da UPC durante mais de dois dias, já na madrugada desta segunda-feira os militares lusos desferiram um duro golpe na capacidade de ação dos guerrilheiros, destruindo o quartel-general da UPC e capturando grandes quantidades de material bélico (armamento pesado, granadas e metralhadoras).

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Na sequência desta ação, a UPC acedeu a estabelecer conversações com as autoridades governamentais.

SAIBA MAIS

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capacetes azuis já perderam a vida desde que a ONU iniciou a intervenção na República Centro-Africana, quase todos em confrontos com forças rebeldes. A força da MINUSCA tem atualmente 13 595 militares (159 portugueses) ao serviço, além de 1162 civis.

Encontro no dia 24

A intervenção dos militares portugueses foi elogiada ontem pelo presidente da República Centro-Africana, Faustin--Archange Touadéra, que tem agendado para dia 24 deste mês um encontro com representantes dos grupos armados, em Cartum, no Sudão.

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Zona muito instável

O quartel-general da MINUSCA está situado na capital, Bangui, mas é na zona de Bambari, a quase 400 quilómetros, que se têm registado os principais focos de violência, devido à presença de vários grupos rebeldes que querem, há anos, assumir o controlo da região.

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