Militares portugueses em missão no Kosovo desesperam para regressar a Lisboa
Grupo que esteve em operação de apoio a civis afegãos evacuados de Cabul diz-se esquecido.
O grupo de militares portugueses em missão no Kosovo, no âmbito da NATO, desespera pelo regresso a Lisboa. Não tem transporte. Estiveram destacados no campo Bechtel, em operação de apoio aos cidadãos civis afegãos evacuados de Cabul, e devia ter regressado há várias dias a Portugal. Sem avião de volta, os militares dizem-se esquecidos e lamentam a falta de apoio que têm recebido por parte das autoridades nacionais.
Contactado pelo CM, o Estado Maior General das Forças Armadas começou por explicar que, "na sequência da saída da NATO do Afeganistão, Portugal respondeu ao apelo da Aliança" enviando para o Kosovo, a 3 de setembro, um "destacamento de cooperação civil-militar de 11 militares e, mais tarde, a 9 de setembro, um destacamento sanitário de 4 militares", a fim de apoiar o acolhimento de cidadãos afegãos.
"A NATO tinha previsto a missão atribuída à Task Force Noble no âmbito da Operação Solace, no Kosovo, terminar a 19 de novembro, e consequentemente era para essa data que a logística da retração destes destacamentos estava acautelada", acrescentou o porta-vos e relações públicas do Estado Maior, comandante Pedro Santos Serafim .
Contudo, a 4 de novembro, a NATO informou os países da Aliança da continuidade da missão "até pelo menos 28 de fevereiro de 2022", tendo comunicado a Portugal que "poderia retirar 10 elementos dos seus dois destacamentos (de um total de 15 elementos), a partir dessa data".
"Face à missão e tarefas em curso num contexto internacional de grande complexidade, a continuação de cinco elementos no teatro de operações e a retração de dez para território nacional foi autorizada em 11 de novembro", explicou o comandante Pedro Santos Serafim. "Para efetuar a operação de retração foi solicitado à Força Aérea a disponibilidade para a realizar, tendo esta manifestado a indisponibilidade entre os dias 15 e 19 de novembro, por ter um empenhamento operacional elevado nesse período, que impede a realização desse voo. E, assim sendo, o Comando Conjunto para as Operações Militares deu início em 16 de novembro ao processo de aquisição de bilhetes para os 10 elementos regressarem a Lisboa por via comercial, o mais célere possível", garantiu o comandante Pedro Santos Serafim ao CM, sem, contudo, esclarecer se os bilhetes já foram adquiridos e qual o dia de regresso dos militares.
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