PJ contabiliza 63 crianças mortas em 14 anos em contexto familiar
Maioria dos crimes foi cometida pelas mães. O ano de 2010 foi o mais trágico com 10 vitima mortais.
A Polícia Judiciária contabilizou em 63 o número de menores até 14 anos assassinados, em contexto intrafamiliar, nos últimos 14 anos, de acordo com um balanço publicado em parceria com o Instituto de Apoio à Criança. Em causa os crimes consumados e dolosos de infanticídio (17), homicídio (41) e exposição ou abandono com resultado morte (5), entre janeiro de 2010 e dezembro de 2024. “Quando os laços familiares devem proteger, parte da realidade mostra-nos o contrário”, lamenta a Polícia Judiciária. O ano de 2010 foi o mais trágico, com 10 vítimas mortais; seguindo-se 2022 com sete. 48 vítimas tinham até 3 anos; nove entre os 4 e os 7; e seis entre os 8 e os 13 anos.
A maioria dos crimes foi cometida pela mãe, seguindo-se o pai, os pais em conjunto e só depois os padrastos e avôs.
Uma das crianças assassinadas em 2022 e cujos contornos do crime chocaram o País foi a pequena Jéssica, de 3 anos, em Setúbal. Foi torturada durante cinco dias na casa de uma suposta ama. Sofreu múltiplas pancadas com mãos, pés e objetos. Da cabeça aos pés. Sofreu 78 pancadas fortes, 106 picadas, foi drogada e queimada. A mãe foi condenada a 25 anos de cadeia.
Nesse ano, Luana matou o filho bebé à facada em Vila Nova de Santo André; um recém-nascido foi encontrado morto num caixote do lixo na Mealhada e uma mulher morreu carbonizada num carro com a filha de 4 anos.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt