Postura deixa polícia preso ao fim de 2 anos
João de Sousa em preventiva por se expressar na imprensa.
Postura e contactos privilegiados com a Comunicação Social são os argumentos do Ministério Público e do juiz do Tribunal do Seixal para manterem o inspetor da PJ João de Sousa em prisão preventiva, ao fim de 2 anos – além do perigo de fuga porque, em tempos, participou em ações de formação no estrangeiro. A decisão foi tomada no âmbito da revisão da medida de coação.
João de Sousa continua em Évora – desde 29 de março de 2014 – enquanto é julgado por associação criminosa, recebimento indevido de vantagem, denegação de justiça, corrupção, abuso de poder e violação de segredo de funcionário.
É considerado pelo MP a peça-chave num esquema de fraude fiscal e está a ser julgado por integrar um grupo que escoava barras de ouro para a Bélgica, lesando o Estado em mais de seis milhões de euros. Desde que foi preso, a atitude de João de Sousa já lhe valeu castigos. Passou, inclusive, seis dias em isolamento por denunciar as mordomias de José Sócrates.
Esta postura foi agora sublinhada pelo procurador: "Os ilícitos pelos quais se encontra a ser julgado e a postura por si demonstrada até ao momento acarretam elevado e concreto perigo de perturbação da ordem e da tranquilidade pública." O tribunal mantém a prisão, referindo que os contactos do inspetor na comunicação social e eventuais declarações sobre o caráter das testemunhas podem perturbar a veracidade e conservação da prova. João de Sousa diz que tal nem sequer faz sentido, uma vez que as testemunhas de acusação já foram todas ouvidas no julgamento.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt