Os mortos, os desaparecidos e as explicações: O que se sabe sobre o naufrágio em São Pedro de Moel

Seguiam 17 pessoas a bordo da embarcação, 12 foram resgatadas com vida, mas um pescador acabou por morrer. Buscas em curso.

03 de julho de 2024 às 07:27
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Pelo menos três pessoas morreram e outras três estão desaparecidas após uma embarcação de pesca ter naufragado ao largo das praias de São Pedro do Moel e de Vieira de Leiria, na Marinha Grande, a 1800 metros da costa.

O alerta foi dado às 04h33 para o Comando-local da Polícia Marítima da Nazaré a dar conta do afundamento da Embarcação Virgem Dolorosa. Os tripulantes indicaram às autoridades que estavam a bordo 17 pessoas.

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Buscas arrancaram de madrugada

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Quatro embarcações iniciaram as buscas, tendo sido resgatadas 12 pessoas, transportadas para o Porto da Figueira da Foz. Um dos pescadores resgatado chegou morto ao local e dois estão em estado grave. As outras duas vítimas mortais foram transportadas para o Porto da Nazaré.

As operações de salvamento continuaram durante a noite desta quarta-feira.

Das pessoas resgatadas com vida, quatro foram assistidas no local e sete, com idades entre os 23 e 57 anos, foram hospitalizados na Figueira da Foz. Três já tiveram alta. O ferido mais grave, com 57 anos, devido a dificuldades respiratórias, vai ser transferido para a Unidade de Cuidados Intensivos dos Hospitais da Universidade de Coimbra.

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No local chegaram a estar 38 operacionais, apoiados por 20 meios. Foi ativada uma embarcação da Estação Salva-vidas da Nazaré e acionado um helicóptero e a equipa de vigilância da Força Aérea. 

Segundo o presidente da Câmara da Marinha Grande, Aurélio Ferreira, a "Virgem Dolorosa" é uma traineira com 24 por seis metros, com porto na Figueira da Foz.

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A maioria das pessoas que seguiam na embarcação são da Figueira da Foz (Leirosa), havendo dois tripulantes da Indonésia, que foram resgatados com vida.

As causas do naufrágio são desconhecidas.

O Gabinete de Psicologia da Polícia Marítima está a prestar apoio.

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"Ondulação não é suficiente para a embarcação ter naufragado"

O Porta-Voz da Autoridade Marítima, Comandante José Dias, garantiu que não existiam excessos de pessoas a bordo e que existiam condições de navegabilidade, pelo que foi aberto um inquérito de sinistro marítimo, um procedimento normal.

"À partida, esta ondulação que estamos aqui a sentir não é suficiente para a embarcação ter naufragado. Não estão condições oceanográficas muito adversas", referiu José Sousa Luís.

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O Comandante José Dias disse ainda que foi aberto um inquérito para apurar as causas das três mortes.

Maioria dos pescadores são portugueses

Das 17 pessoas a bordo, 15 são portugueses e os outros dois pescadores, resgatados com vida, são da Indonésia.

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Para colaborar nas buscas, está a caminho um navio da Marinha Portuguesa. No local encontra-se igualmente um drone da Polícia Marítima da Nazaré.

O rosto das vítimas

Joel Reboca, Jorge Evangelista e José Garcia (em cima na imagem) são as três vítimas mortais do naufrágio. Segundo apurou o CM, as vítimas são da Figueira da Foz.

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Filipe Julião, José Jacinto e Eugénio Pata (em baixo) são os três tripulantes ainda desaparecidos.

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Os mortos, os desaparecidos e as explicações: O que se sabe sobre o naufrágio em São Pedro de Moel

Buscas por terra e mar

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As buscas prosseguem, durante a noite, por ar, terra e mar, mas sem condições para os mergulhadores entrarem na embarcação, informou a Autoridade Marítima.

O porta-voz da Autoridade Marítima Nacional e da Marinha, José Sousa Luís, afirmou esta quarta-feira que nas buscas pelos três pescadores desaparecidos foi empenhada uma equipa do grupo de mergulho forense da Polícia Marítima, "no sentido de fazer uma inspeção" para tentar verificar se no interior do barco "se encontrava alguém ou se se encontrava alguém preso nas redes".

De acordo com o porta-voz, "as condições do mar" não permitiram a entrada da equipa na embarcação que não se encontra afundada, mas sim "a flutuar, virada e com redes à volta", tendo a equipa de mergulhadores verificado que " não se encontra ninguém preso nas redes".

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Luís Montenegro e Marcelo Rebelo de Sousa no local da tragédia

Marcelo Rebelo de Sousa reagiu prontamente à tragédia. O Presidente da República, mais tarde, adiantou que já tinha entrado em contacto com as vítimas e que, no sábado, à Figueira da Foz.

"O Presidente da República lamenta profundamente o naufrágio de uma embarcação na faina da pesca e o falecimento de pescadores, ocorrido esta manhã ao largo das praias de São Pedro do Moel e de Vieira de Leiria. Esta profissão, que tanto enriquece a nossa tradição marítima, também nos recorda os riscos e desafios enfrentados por muitos dos nossos compatriotas, os quais merecem o nosso respeito e admiração. A perda das vidas destes valorosos homens é uma tragédia para todos nós", escreveu, em reação à tragédia.

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O primeiro-ministro Luís Montenegro esteve no local esta tarde, depois do Presidente da Câmara da Figueira da Foz, Pedro Santana Lopes, que admitiu estar "atordoado" com o sucedido.

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