Proença de Carvalho suspeito de tráfico de influência

Proença de Carvalho, presidente do conselho de administração da Controlinveste, que detém dois jornais diários (‘DN’ e ‘JN’) e uma rádio (TSF), incorre no crime de tráfico de influência. As escutas do processo Marquês, que se encontram em cofre fechado no DCIAP, mostram o advogado a interferir, a pedido de José Sócrates, na ação que a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) analisava e que visava o Correio da Manhã

O CM sabe que houve vários contactos telefónicos entre Sócrates e Proença, tendo como objetivo condicionar os membros da ERC, de forma a decidirem favoravelmente em relação a Sócrates. O CM investigava a vida de Sócrates em Paris e as suas relações com a Octapharma. A ERC considerou que o jornal deveria ser repreendido, alegando que atuou "em prejuízo dos direitos fundamentais do queixoso".

Diversos juristas ouvidos pelo CM asseguram que as escutas que estão guardadas no processo poderão agora configurar o crime de tráfico de influência para Proença de Carvalho e também para José Sócrates. Quanto aos membros da ERC, poderão ter cometido o crime de prevaricação, caso se demonstre que a decisão tomada foi motivada pelos pedidos de Sócrates. O crime em causa significa que a deliberação da ERC pode ter sido tomada para benefício pessoal do ex-governante.

Refira-se ainda que, segundo o CM apurou, embora a decisão do órgão regulador lhe tenha sido favorável, o ex-primeiro- -ministro não concordou com o teor do documento, porque Carlos Magno, presidente do organismo, se absteve. "Deve-me tudo o que tem", disse Sócrates a Proença numa das conversas intercetadas pela investigação ao caso Marquês.

Soares volta a pedir intervenção de Cavaco Silva

Soares voltou ontem a Évora. Tal como nas duas visitas anteriores, disse que Sócrates era "um preso político" e pediu a intervenção de Cavaco. "Ele [Cavaco] trabalhou muito com o engenheiro Sócrates e devia dizer o que acha sobre esta situação."

Tentativa de branquear Licenciatura

O ex-vice-reitor da Universidade Independente considerou ontem que "José Sócrates, enquanto primeiro-ministro, tentou branquear a licenciatura em Engenharia Civil", reforçando que o grau académico "é irregular". Rui Verde referia-se ao fecho compulsivo da UnI em 2007.

"Portugal seria mais pobre sem o Correio da Manhã"

Carlos Magno, presidente da ERC, disse ao jornal ‘i’ que "Portugal seria mais pobre e menos plural sem o Correio da Manhã’. Uma ideia que já tinha expressado no dia 17 de dezembro, durante uma visita à redação do ‘CM’ com alunos do ISCEM.

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Leia a Nota Editorial de Octávio Ribeiro sobre o direito de resposta de Proença de Carvalho.

Direito de resposta de Proença de Carvalho.