Pai mata ex-mulher e deixa filho à beira da morte
António Reis já tinha feito várias ameaças de morte.
Renato suplicou à mãe que o levasse, por volta das 21h30 de quinta-feira, até à entrada do prédio onde viviam, na rua Calouste Gulbenkian, em Ermesinde. Não queria ir sozinho ao encontro do pai. António Reis queria passear com o filho, de 5 anos, mas a criança não aceitou. Chorou e levou um tiro na cabeça. Marinha Gonçalves, antiga companheira do homicida, tentou auxiliar o filho e foi baleada.
A mulher, de 45 anos, morreu no Hospital de São João, no Porto. Renato foi também transportado para a unidade hospitalar e, ao fecho desta edição, estava em morte cerebral. O homicida – que não falou ao juiz – já está na cadeia.
Após cometer o crime, António – conhecido por ‘Toni’ – fugiu de carro. Pelas 03h45, foi apanhado pela Divisão de Investigação Criminal da PSP na rua José Maria Baptista Valente, em São Mamede de Infesta, perto da casa de familiares. A PJ do Porto foi ao local e formalizou a detenção. António não reagiu e já não tinha a arma que usou nos crimes em sua posse. O homicida – que não demonstrou qualquer sinal de arrependimento – terá ainda ingerido veneno, mas como se tratava de uma quantidade muito pequena não teve de ser assistido no hospital.
"Ele disse várias vezes à minha irmã: um dia vou à escola do Renato, mato-vos aos dois e suicido-me. Infelizmente não teve coragem de cumprir a última parte do plano. Não se faz isto a um filho, este homem não pode ser chamado de pai", disse ao CM revoltado, Alberto Gonçalves, irmão de Marinha.
António era muito agressivo e a ex-companheira tinha já apresentado queixas por maus-tratos. A última denúncia foi feita quinta-feira de manhã na PSP de Ermesinde. O homicida teve conhecimento da queixa e ficou furioso.
"A minha irmã já tinha apresentado queixas na polícia e contratou um advogado. Mas ninguém quis saber. A Justiça não funcionou como devia", afirmou Alberto Gonçalves.
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