Velocidade e areia culpadas de naufrágio
Relatório oficial aponta responsabilidades ao patrão e a banco de areia que faz subir as ondas.
A redução da velocidade do barco ao ‘surfar’ uma onda à entrada da barra de Tavira e um cabeço de areia ali existente, que faz com que as vagas cresçam em altura, foram os responsáveis pelo naufrágio do barco que, há um ano, provocou a morte a Manuel Guerreiro, de 54 anos, e ferimentos a Délio Cavaco, de 43.
Pergunta CM
Polícia Marítima deve reforçar fiscalização de velocidade dos barcos?
De acordo com o relatório de investigação do Gabinete de Prevenção e de Investigação de Acidentes Marítimos (GPIAM), a que o CM teve acesso, para a morte do pescador contribuiu ainda o facto de os dois tripulantes terem retirado os coletes de salvação na altura em que se fizeram à entrada da barra de Tavira.
Manuel Guerreiro (que era o proprietário e patrão da embarcação) navegava, a 23 de fevereiro do ano passado, "entre ondas" e reduziu a velocidade, fazendo com que uma vaga galgasse a ré do barco, virando-o. Os pescadores foram atirados para o mar. Conseguiram agarrar-se e foram arrastados com o barco para o molhe. Délio Cavaco soltou-se e foi para o canal. Já Manuel Guerreiro continuou arrastado. Foram ambos recolhidos por uma embarcação do Instituto de Socorros a Náufragos e assistidos em terra pelo INEM. Mas o patrão já chegou morto ao hospital.
Segundo os investigadores do GPIAM, Manuel Guerreiro deveria ter mantido uma velocidade estável que permitisse ‘surfar’ a onda. Ao reduzir, provocou a inundação do barco e o afundamento.
É ainda destacado um cabeço de areia no local, devido ao assoreamento da barra, que faz com que "a vaga cresça significativamente". Tal terá sido um "fator contributivo" para que a onda que perseguia a embarcação tivesse ganho "altura suficiente para galgar a popa (ré) e a alagasse provocando o desequilíbrio".
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