"Vingança até à morte", diz tenente-geral sobre encenamento do material de Tancos
Martins Pereira confirmou reuniões a 18 e 20 de outubro de 2017 com o ex-diretor da PJM, Luís Vieira.
"Comuniquei ao ministro [Azeredo Lopes] o documento. Não sei se lho enviei. Fiz foto. O ministro diz que nunca o viu e eu acredito". O tenente-general Martins Pereira, chefe de gabinete do ex-ministro da Defesa, afirmou esta quinta-feira no Parlamento que não soube da encenação da PJ Militar do achamento do material de Tancos e que Azeredo também não.
O militar confirmou reuniões a 18 e 20 de outubro de 2017 com o ex-diretor da PJM, Luís Vieira: no dia do falso achamento "pouco mais" disse a Pereira e Azeredo que o comunicado à imprensa; na segunda, Vieira e o major Brazão "estavam apavorados com o que pudesse acontecer, hoje sabemos porquê".
Entregaram um documento, "não timbrado nem assinado", descrevendo o infiltrado ‘Fechaduras’, o telefonema anónimo e ameaça à família de Brazão. "Falaram-me em vingança até à morte. Disseram-me para o destruir". Sobre o conteúdo, percebeu que era "por causa da tensão com a PJ civil" e admite ter telefonado ao ministro passando o telefone a Vieira.
"Queriam deixar algo a alguém para cima, por questões futuras. Após ler o documento não descortinei nada de errado [encenação ou encobrimento] além de não terem avisado a PJ".
Pereira contou que Vieira tinha reuniões "furtivas" e a "horas matinais" com Azeredo. Uma vez "até fomos junto da casa do ministro, porque [Vieira] dizia que era muito importante".
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