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QUEDA PARA A MORTE

"Eu estava parado na berma, tinha os quatro piscas ligados", repete nervosamente José Costa, de 36 anos, ao lado do seu Unimog amarelo, espreitando lá para baixo, onde o pesado de mercadorias, esventrado e de rodas para cima, testemunha a tragédia que acaba de ocorrer.

03 de dezembro de 2003 às 00:00

O acidente deu-se pelas 16h30 no IP1, sentido Porto/Lisboa, no último viaduto imediatamente antes dos Carvalhos, Gaia. Um pesado, sem carga, não se terá apercebido do jipe Unimog parado e depois de nele embater foi de encontro aos 'rails' que pouca protecção lhe valeram para evitar a queda de uma altura de cerca de 40 metros. "Ele vinha com muita velocidade e foi de encontro ao meu jipe. Estava a perder água e parei para ver o que se passava com o meu Unimog. A minha sorte é que eu tinha saído e estava na parte de trás senão tinha-me esmagado", diz o trabalhador da construção civil de Cinfães, José Costa.

Em baixo, Maria das Dores, agricultora de 66 anos, viu o impressionante voo do camião até aterrar com estrondo no campo aberto. "Fugi. Só me deu para gritar e fugir", conta ao CM. Por isso, Maria das Dores já não viu outros populares a dirigirem-se de imediato para a cabina do camião, donde retiraram o motorista. Não foi necessário proceder a qualquer desencarceramento e como a vítima dava sinais de vida, foi cuidadosamente colocada no chão. Os minutos da frustrante impotência dos populares perante o corpo agonizante que tinham diante de si pareceram horas mas a verdade é que pouco depois compareciam os Voluntários dos Carvalhos, os Sapadores de Gaia e uma viatura do INEM proveniente do Hospital de Santo António, no Porto. Os paramédicos tentaram por todos os meios estabilizar a situação do motorista mas os ferimentos eram muito graves, sobretudo ao nível da coluna, pelo que acabou por falecer ainda antes de entrar na ambulância. O corpo de Arsénio Pires Rodrigues, de 46 anos, de Corvinha, Cantanhede, já não chegou a ser transportado para o Hospital mas para o Instituto de Medicina Legal. Era ele quem conduzia o pesado pertencente à empresa espanhola Grupo Salas Trans, com sede em Almeria, para onde regressava.

Sobre o viaduto, a BT da GNR recolheu os elementos necessários à reconstituição do acidente e demoveu como pôde os automobilistas de satisfazerem a curiosidade sobre as consequências do desastre, aumentando o engarrafamento que se gerou. "Será que ele morreu? Eu estava parado, tinha os piscas ligados...", repete nervosamente José Costa.

PONTE DO CABRIL

Um automobilista de 20 anos sobreviveu a uma queda de 120 metros, na ponte do cabril, a maior da Europa, em Pedrógão Grande, acidente ocorrido no passado dia 17 de Novembro.

SEGUNDA CIRCULAR

Quatro homens morreram e uma mulher ficou em estado grave quando um Renault 11, após colisão, caiu de um viaduto de sete metros, na Segunda Circular, em Lisboa, às 17h55 de 26 de Outubro último.

DUARTE PACHECO

Um peugeot 206 caiu de uma altura de 15 metros, na Avenida Duarte Pacheco, em Lisboa, às 08h30 de 17 de Julho deste ano, causando a morte do condutor, o único ocupante.

ÁGUEDA

Um camião caiu de viaduto do IC2, com 80 metros, em Oronhe, concelho de Águeda, provocando a morte do condutor, em 18 de Fevereiro de 2001.

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