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Mulher mata filho de 11 anos porque 'ouvia vozes na cabeça'

Ilda Gonçalves justifica homicídio do filho com o facto de o querer proteger de bullying.

20 de junho de 2018 às 14:51

A mulher que matou o filho de 11 anos, a 12 de setembro do ano passado, na aldeia de Catraia do Sortelhão, na Guarda, alegou ontem em tribunal, onde está a ser julgada por homicídio, que "ouvia vozes" e que cometeu o crime, no qual já andava a pensar há dois anos, para proteger o menor.

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Mulher mata filho de 11 anos porque "ouvia vozes na cabeça"

Numa carta deixada a familiares antes de asfixiar o pequeno Rafael com um cachecol e tentar o suicídio, Ilda Gonçalves, de 47 anos, funcionária fabril que estava no desemprego, alegava que o filho era vítima de bullying na escola e justificava o crime com o facto de não o querer ver sofrer. Algo que foi desmentido pelos pais dos colegas do menor com quem o CM falou.

Esta quarta-feira, na primeira sessão do julgamento, Ilda admitiu que Rafael "não se queixava dos colegas nem da escola". "Era tudo na minha cabeça. Ouvia vozes para acabar com a minha vida e com a do meu filho", disse.

Segundo a acusação, Ilda trancou a porta de casa após o marido sair de manhã, foi ao quarto do filho e passou-lhe um cachecol à volta do pescoço, asfixiando-o. Antes de ter tomado uma dose elevada de comprimidos, colocou o corpo do menino no chão do hall de entrada, onde acabaria por ser encontrado pelo pai às 16h30.

A mulher, com uma depressão para a qual não se medicava, admitiu que todos os factos da acusação "são verdadeiros". O MP diz que "agiu de forma deliberada e consciente", o que é confirmado pela especialista que fez o relatório psiquiátrico: "no dia do homicídio, podia ter sintomatologia depressiva, mas era capaz de decidir entre matar o filho e não matar", afirmou.

PORMENORES

Depressão

Vizinhos da família confirmaram que "Ilda tinha uma depressão desde que foi despedida, em 2010. A condição piorava de dia para dia, mas ela recusava ir a consultas, apesar da insistência da família".

Menino feliz

Andreia Alves, madrinha de Rafael, ia levá-lo à escola no dia do crime, mas Ilda enviou-lhe uma SMS a dizer que não era preciso. Ontem descreveu Rafael como "uma criança espetacular e feliz".

Esteve internada

Ilda foi detida a 19 de outubro de 2017, mais de um mês depois do crime - esteve internada no Serviço de Psiquiatria do Hospital da Guarda. Está na prisão, acusada de homicídio qualificado.

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