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Homicídio de triatleta de Alenquer foi planeado ao pormenor

Todos os passos que Luís Grilo deu no dia em que desapareceu fugiram da rotina habitual.

31 de agosto de 2018 às 01:30

A morte de Luís Miguel Grilo foi planeada ao pormenor. Na segunda-feira, dia 16 de julho, último dia em que terá sido visto com vida, o triatleta não foi trabalhar, não apareceu na empresa e nem sequer atendeu o telefone. Todos os passos que deu e que são conhecidos até agora fugiram da rotina habitual e são classificados como estranhos. Luís Grilo desapareceu de Vila Franca de Xira e foi encontrado nu e com um saco na cabeça, em Avis, a mais de 130 km.

"Foi muito estranho, nunca acontecia, não atender e nem sequer devolver as chamadas", garantiu um funcionário ao CM, pedindo anonimato, sobre a falta de respostas de Luís Grilo no dia do desaparecimento. Segundo a mulher do triatleta, Rosa Grilo, o marido terá depois saído, nesse dia, para um treino de bicicleta, o que também é assinalado como "estranho" pelo seu treinador. Que já deu conta à PJ da alteração da rotina de Luís Grilo, o que poderá ser mais um indício de que algo aconteceu.

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Homicídio de triatleta de Alenquer planeado ao pormenor

Outro facto que pode ter baralhado a investigação foi o vulto de um homem de bicicleta, a poucos quilómetros de Cachoeiras, Vila Franca de Xira, onde Luís Grilo vivia. As autoridades admitem agora que possa ser uma coincidência.

A autópsia não ajuda. O elevado estado de decomposição do corpo deixa muitas dúvidas sobre a causa da morte e não dá pistas sobre se Luís Grilo foi morto a 16 de julho ou depois.

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Judiciária passa à lupa últimos passos de Triatleta de Alenquer

O cerco aperta-se à volta do núcleo mais próximo da vítima. Só alguém que conhecesse as suas rotinas conhecia também o local onde o corpo foi depois depositado. Sem respostas, a despedida de Luís Grilo, ontem à tarde, foi também um momento de tensão. Há um pacto de silêncio entre os amigos do triatleta que querem esclarecer o que aconteceu. A tese de crime passional ganha mais força.

Padre lembra "sofrimento" de Luís Grilo

O padre Rui Peralta, pároco de Castanheira do Ribatejo e Cachoeiras, celebrou esta quinta-feira a missa no funeral do triatleta Luís Miguel Grilo. Perante uma casa mortuária repleta de dezenas de familiares e amigos do engenheiro informático, assassinado aos 50 anos, o padre recordou o "sofrimento da alma agora encomendada".

Rosa, viúva do triatleta e Renato, filho de ambos, de apenas 12 anos, abraçaram-se a chorar, confortando-se mutuamente enquanto olhavam para o caixão coberto com o símbolo da equipa de triatlo Wikaboo (que Luís Miguel representava) e com o cachecol do Benfica, clube do coração do engenheiro e do filho. A urna seguiu depois, em braços, num curto trajeto até ao cemitério local.

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