Vítima de acidente brutal reclama 1,2 milhões de euros de indemnização.
Airbags de carro não foram acionados no caso de acidente que deixou jovem Andreia Rocha incapacitada
Chega ao fim o julgamento do caso de Andreia Rocha que, em abril de 2008, então com 23 anos, ficou incapacitada após um acidente de viação, em Sesimbra, em que os airbags do carro não foram acionados.
A família pede uma indemnização à Audi de 1,2 milhões de euros, mais dez mil euros de pensão anual e 406 euros para custos mensais com medicação.
Na terceira audiência no tribunal de Setúbal, em que foi ouvido o motorista do camião envolvido no acidente, a juíza marcou as alegações finais para 14 de julho.
Dificuldades técnicas não permitiram ouvir um perito alemão na audiência de esta quinta-feira.
Na audiência anterior, que ocorreu a 3 de maio, um perito da empresa DEKRA, Peritagem Automóvel de Leiria, que avaliou a viatura, um Audi A3, envolvida no acidente de viação referiu que terá havido uma falha nos 'airbags' do automóvel.
"A minha avaliação é que a interpretação do sistema [dos 'airbags'] foi incorreta. O sistema interpretou mal o tipo de acidente e decidiu mal, não abrir os 'airbags'", disse ao tribunal o engenheiro Sérgio Santos.
No processo cível, que começou a correr no Tribunal de Sesimbra, mas que transitou para Setúbal na sequência da reforma judiciária, Eduarda Farias e a filha, Andreia Rocha, hoje com 37 anos, acusam a Audi por danos sofridos.
Andreia Rocha ficou incapacitada e totalmente dependente, devido ao acidente de viação, uma colisão frontal entre o Audi A3 da Andreia e um pesado de mercadorias, que ocorreu em 7 de abril de 2008 na EN378, em Sesimbra, alegadamente, porque não foram acionados os ‘airbags', devido a uma "falha ao nível da unidade de comando do sistema dos 'airbags'".
Na audiência de 3 de maio, e perante a juíza Maria Conceição Miranda, o advogado de defesa da Audi, Miguel Pena Machete, tentou explorar a possibilidade de os 'airbags' não terem sido acionados por, de acordo com os relatórios técnicos e com o testemunho dos dois peritos ouvidos esta quinta-feira pelo Tribunal de Setúbal, ter havido "dois momentos de desaceleração" quando ocorreu a colisão frontal dos dois veículos.
Miguel Pena Machete questionou a possibilidade de a primeira desaceleração da viatura da Audi não ter sido suficiente para acionar os 'airbags' e de os mesmos não terem sido acionados, não por qualquer deficiência, mas por terem ficado inutilizados devido à violência da colisão.
O perito Sérgio Santos defendeu, no entanto, que não se tratava de dois momentos distintos de desaceleração da viatura (devido à colisão), mas de dois tipos de desaceleração no mesmo momento, em termos frontais e longitudinais, reiterando a convicção de que o acidente em causa deveria ter acionado os 'airbags' da viatura Audi 3.
Em declarações à Lusa no final da audiência, a advogada Susana Garcia, que representa Andreia Rocha, defendeu que houve mesmo uma falha no funcionamento dos 'airbags' da viatura da Audi.
"Quando estamos a comprar um carro, acreditamos que os 'airbags' vão funcionar se tivermos um acidente. Como disse o engenheiro [Sérgio Santos], normalmente, os 'airbags' até pecam por abrir, abrem mesmo às vezes quando o risco não existe. É para isso que existe um sistema de segurança passiva, do qual fazem parte do sistema dos tensores dos cintos de segurança e os 'airbags'", afirmou.
Susana Garcia lembrou ainda que, "noutros países do espaço europeu, [a Audi] pura e simplesmente decidiu recolher estas viaturas e substituir o sistema de 'airbags', o que não aconteceu em Portugal".
O advogado que representa a Audi não quis prestar declarações no final da audiência de 3 de maio.
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