Filha do ex-Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, sonha voltar a Angola para fazer parte do crescimento económico do país.
A empresária angolana Isabel dos Santos queixou-se, esta terça-feira, de perseguição política e pessoal pelo Estado angolano, afirmando que este apresentou um pedido para lhe retirar a guarda dos filhos.
"O Estado angolano entrou, há alguns anos, com um pedido para que me seja retirada a guarda dos meus próprios filhos", disse Isabel dos Santos, numa entrevista, esta à Rádio Essencial, afirmando que Angola, esta terça-feira, não é um lugar seguro para si.
A filha do ex-Presidente angolano, José Eduardo dos Santos (já falecido) sonha, no entanto, voltar a Angola para fazer parte do crescimento económico do país, para continuar a construir as suas empresas, a gerar postos de trabalho e fazer parte do planeamento e de uma visão "de um país que dá certo".
"Mas hoje Angola para mim não é um país seguro, porque quando eu tenho um Estado que inclusive ataca os meus filhos, que me quer tirar a guarda das minhas próprias crianças, acho que tenho que esperar e continuar a lutar, a demonstrar essas injustiças", referiu.
Isabel dos Santos tem quatro filhos, nascidos do seu casamento com o colecionador de arte Sindika Dokolo, que morreu em outubro de 2020 num acidente de mergulho.
A empresária, que responde a vários processos judiciais em Angola, disse ainda que "a perseguição política" contra si "é forte", salientando que tem todas as suas contas bancárias bloqueadas e está sem documentos válidos, além de impedida judicialmente de viajar.
Para Isabel dos Santos, o julgamento do processo que corre em Angola "seria inútil" e pode vir "a descredibilizar muito o poder executivo".
A empresária angolana não descarta a hipótese de este julgamento ser "uma distração, uma manobra política", olhando para a proximidade do Congresso no MPLA (no poder), em 2026, e as eleições gerais, em 2027.
"Acho que seria um descrédito muito grande se os nossos juízes e o nosso sistema de justiça se deixassem embarcar por uma agenda política ao invés de servir uma nação e um povo", frisou.
A entrevista de Isabel dos Santos à Rádio Essencial acontece poucos dias depois de ter sido divulgado que o Tribunal Supremo deixou cair quatro dos crimes de que a empresária era acusada no processo relacionado com a gestão da Sonangol entre 2016 e 2017, período em que presidiu ao Conselho de Administração da petrolífera estatal.
O despacho de pronúncia excluiu o crime de associação criminosa, por entender que não existiam "factos concretos ou inequívocos" que demonstrassem uma atuação concertada entre Isabel dos Santos e os restantes arguidos (Sarju Raikundalia, ex-administrador financeiro da Sonangol; Paula Oliveira, sócia e amiga; e Mário Leite da Silva, principal gestor de negócios da empresária).
O Tribunal retirou igualmente o crime de abuso de poder, além de declarar prescritos os crimes de falsificação de documentos e fraude fiscal simples.
Apesar dessas exclusões, Isabel dos Santos continua pronunciada por sete crimes: peculato, burla qualificada, participação económica em negócio, tráfico de influência, fraude fiscal qualificada e dois crimes de branqueamento de capitais.
O processo segue para julgamento, existindo ainda um recurso pendente.
Na semana passada, Isabel dos Santos acusou a justiça angolana de recusar ouvir as suas declarações e de ignorar provas e testemunhas apresentadas na instrução contraditória, alegando que o Tribunal Supremo tem "uma sentença pré-determinada".
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