Leitura do acórdão adiada para o coletivo de juízes voltar a ouvir as declarações do arguido.
O Tribunal de Vila Real adiou para 24 de junho a leitura do acórdão do julgamento o militar da GNR na reserva que está acusado de tentar matar um guarda dentro do Posto de Trânsito de Chaves.
A leitura do acórdão estava marcada para esta terça-feira, mas foi adiada para o coletivo de juízes voltar a ouvir as declarações do arguido, porque as gravações da última sessão do julgamento ficaram inaudíveis.
O homem de 55 anos começou a ser julgado a 20 de maio pelo coletivo de juízes do Tribunal de Vila Real pelos crimes de homicídio qualificado, na forma tentada, por atos preparatórios de um crime de incêndio, explosões e outras condutas especialmente perigosas e ainda por detenção de armas proibidas.
Na primeira sessão o arguido não falou perante o coletivo de juízes, a 3 de junho repetiu as declarações prestadas em primeiro interrogatório judicial, referindo que não tentou matar ninguém, mas que se defendeu de uma suposta agressão.
E esta terça-feira voltou a dizer que foi atacado e que reagiu.
De acordo com a acusação do Ministério Público (MP), o militar na reserva tencionaria também incendiar e destruir aquele posto da GNR.
O caso remonta a 03 de agosto de 2024, quando o militar, na reserva desde 15 de julho do mesmo ano, entrou pelas 19:00 no Posto de Trânsito de Chaves onde se encontrava apenas um guarda e efetuou vários disparos até ser imobilizado por esse mesmo elemento da GNR.
Esse guarda, que se constituiu assistente no processo, relatou em tribunal como conseguiu fugir aos disparos, deitando-se no chão e saindo para o exterior por uma janela, contou ainda que regressou ao interior do edifício, pela porta de entrada, por sentir uma obrigação de zelar pela segurança do mesmo.
Lá dentro conseguiu depois imobilizar o arguido, mas ainda foi agredido na cabeça com a coronha da arma, e só à chegada de um outro militar da GNR é que o atacante foi algemado.
O militar teve que receber tratamento hospitalar, esteve de baixa, mas já regressou ao serviço naquele posto.
A acusação relata que, para executar o seu plano, o arguido colocou uma mistura inflamável de cor amarela contendo gasolina no interior de várias garrafas de plástico e vidro e colocou mechas no gargalo, improvisando engenhos de características muito semelhantes aos que permitem iniciar e atear fogo, vulgarmente conhecidos como 'cocktail molotov'.
Relativamente a estas garrafas, o arguido disse que lhe foram deixadas na varanda da sua casa para o assustar e que as trazia no carro para as levar para a reciclagem.
No seu carro tinha ainda um machado, um cutelo, um martelo, rolo de fita castanha, isqueiros e munições.
Nas alegações finais, a 3 de junho, a advogada do militar na reserva defendeu que o arguido deve ser considerado inimputável e referiu que ele padece de uma perturbação delirante crónica.
Referiu ainda que ele foi um bom profissional durante 20 anos e que chegou a um limite, que enviou pedidos desesperados a várias entidades, desde o Presidente da República, Polícia Judiciária, Procuradoria-Geral da República, mas que "nunca ninguém fez nada", nem lhe "deu a devida atenção", apesar de toda a gente "ter percebido que ele não estava bem".
Na acusação, o MP refere que o militar na reserva apresentou várias denúncias e relaciona os factos com a circunstância de o arguido sentir revolta para com a instituição GNR e os seus colegas de serviço, motivo que considera ser totalmente "irrelevante e fútil perante o valor da vida de outro ser humano".
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