PSP mobilizada para garantir que os protestos decorrem em segurança.
Polícia em alerta máximo: Dois detidos em confrontos entre manifestantes contra e a favor da imigração
Pelo menos duas pessoas foram detidas e quatro identificadas nas manifestações deste domingo a favor e contra a imigração, na Avenida Almirante Reis, em Lisboa. Em causa estarão confrontos entre manifestantes do partido Chega e indivíduos contra o protesto marcado por André Ventura.
A irmã de um dos detidos, explicou à CMTV, que manifestantes do Chega insultaram e puxaram o cabelo ao indivíduo.
O primeiro momento de tensão aconteceu junto à igreja dos Anjos, mais ou menos a meio da Avenida Almirante Reis, onde um grupo de cerca de 20 jovens com a cara tapada esperava pela passagem da manifestação.
A polícia presente no local imediatamente formou um cordão de segurança para impedir qualquer contacto entre os dois grupos.
Os jovens de cara tapada mantiveram-se em silêncio, à medida que a manifestação passava, enquanto os manifestantes gritavam palavras de ordem, insultos ou cantavam o hino nacional.
Posteriormente, entre os Anjos e o Intendente, dois jovens foram detidos pela polícia, constatou a Lusa no local.
Os dois jovens, um rapaz e uma rapariga, estariam a gritar '25 de abril sempre, fascismo nunca mais', quando uma pessoa da manifestação contra a imigração se dirigiu aos dois e os agrediu com um soco, foi possível apurar no local.
Em comunicado, a PSP refere que registou "dois detidos, um homem e uma mulher de, respetivamente, 25 e 28 anos, por resistência e coação a funcionário" e identificou quatro pessoas "que integravam a manifestação promovida pelo Partido Chega por infração à lei de segurança privada".
Segundo o presidente do Chega, quase três mil pessoas marcaram presença na manifestação, com início e término no Rossio, contra a imigração que o partido considera estar descontrolada. A contramanifestação foi marcada para o Intendente.
Na passagem pela zona do Intendente, um forte dispositivo policial impediu qualquer contacto entre os manifestantes e o grupo de cidadãos que estava no largo, com faixas pró-imigração.
Mais à frente, duas mulheres assistiam à passagem da manifestação de punho erguido, o que fez com que fossem insultadas, com várias agressões verbais pela idade e por serem mulheres.
"Eu, ao passar por aqui e ao ver isto, não podia ficar sem reagir", explicou Paula Godinho, acrescentando que poderia ter gritado palavras de ordem, mas que preferiu permanecer em silêncio para não acicatar os manifestantes.
Disse ter ficado chocada com a manifestação organizada pelo Chega, "pela ofensa aos imigrantes" e que rejeitar essas pessoas é "profundamente desumano".
"Simplesmente não tolero semelhante atitude em relação a quem procura este país", defendeu.
A Lusa tentou também falar com algumas das pessoas que integravam a manifestação, mas a maioria recusou-se a dar declarações, tendo conseguido falar apenas com dois manifestantes.
Miguel Cunha explicou à Lusa que veio este domingo à manifestação porque "muitos imigrantes vêm receber subsidiodependência".
"Nós trabalhamos, descontamos, mas temos de descontar para nós e há muitas pessoas cá em Portugal que têm necessidades e muitas vezes dão benefícios aos estrangeiros. É isso que eu não aceito", apontou, ressalvando não ser contra os imigrantes que vêm para Portugal para trabalhar.
Já Rogério Monteiro disse que esteve na manifestação por "querer defender Portugal", apontando que "lutou em África por Portugal": "E vejo que Portugal está a esbarrar pelo cano de esgoto".
Para o manifestante, o problema está no "excesso de imigração", apesar de também afirmar não ser contra a imigração, desde que "controlada".
Na passagem pela zona do Intendente, um forte dispositivo policial impediu qualquer contacto entre os manifestantes e o grupo de cidadãos que estava no largo, com faixas pró-imigração.
Em declarações à agência Lusa, a porta-voz da iniciativa do Largo do Intendente frisou que se tratava de um "arraial festivo", centrado na celebração da diversidade, e não uma contra-manifestação ou reação à manifestação do Chega.
"Coincidiu e o que decidimos foi que na altura em que eles estivessem a passar iríamos reagir e foi uma coisa totalmente espontânea", explicou Maria João Costa, da Cozinha dos Anjos.
De acordo com a responsável, na altura em que a manifestação do Chega estava próximo do Largo do Intendente, quem estava no largo começou a gritar "racistas, fascistas, chegou a vossa hora, os imigrantes ficam e vocês vão embora".
Maria João Costa disse que não temeu que houvesse confrontos entre as partes, não só pela presença dos vários elementos policiais, mas também, garantiu, porque quem estava no Largo do Intendente assumiu uma posição pacífica.
O "arraial festivo" no Intendente ainda decorre, com várias dezenas de pessoas dispersas pelo local e microfone aberto para quem quer intervir ou cantar.
Maria João Costa deixou ainda a garantia de que haverá mais iniciativas como esta, assumindo que querem formar um grupo que "sabe afirmar-se pela positiva".
A PSP está em alerta máximo para garantir que os protestos decorrem em segurança.
"Deportação, deportação"
André Ventura falou por volta das 18h00 e reforçou que a imigração descontrolada está a provocar um "caos" no País. Segundo o presidente do Chega a "criminalidade à luz do dia" aumentou.
"A luta vai ser difícil, mas a nossa batalha é pela história deste País e a sua identidade", afirmou.
Em atualização
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