Ex-diretor e ex-subdiretor dos Serviços Prisionais falaram em Comissão Parlamentar sobre a fuga dos cinco reclusos.
'Aproveitaram falhas nas rotinas': o que disse o ex-diretor dos Serviços Prisionais sobre a fuga de Vale de Judeus
Rui Abrunhosa, ex-diretor da Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais, e Pedro Veiga Santos, ex-subdiretor dos Serviços Prisionais, foram ouvidos, esta quinta-feira, na Comissão Parlamentar dos Assuntos Constitucionais sobre a fuga dos cinco reclusos da cadeia de Vale de Judeus.
O ex-diretor garante que os reclusos "aproveitaram as falhas nas rotinas dos guardas prisionais" para executar a fuga e que esta não se deu por "falta de pessoal".
"O número de guardas que existiam era o número que estava mais do que estipulado para as funções. Há muito que já estava assim desde a reorganização dos turnos feita em 2017. Tirando esta fuga, nunca houve outra fuga em mais de 24 anos", afirmou Rui Abrunhosa, que apresentou a demissão na sequência deste caso.
Rui Abrunhosa Gonçalves reconheceu também que a escassez de guardas prisionais "é uma realidade" e que comunicou à tutela as necessidades de recrutamento, assumindo igualmente que o parque prisional português está "extremamente envelhecido".
Por outro lado, indicou que não falou diretamente com a ministra da Justiça, Rita Alarcão Júdice, quando comunicou a fuga dos reclusos de Vale de Judeus. "Nunca tive uma comunicação direta com a senhora ministra. Comuniquei com a chefe de gabinete e com uma funcionária do Ministério da Justiça. Não tinha o telefone da senhora ministra", disse o ex-diretor da DGRSP,.
O ex-diretor da DGRSP admitiu ainda ter sido "mal interpretado" nas suas palavras sobre a existência de uma suposta cerca elétrica em torno da prisão de Vale de Judeus.
"Este estabelecimento prisional nem sequer tinha previsto torres arquitetonicamente e a cerca a que me referia é que há lá painéis sensoriais de infravermelhos que nunca foram usados, porque efetivamente deitavam a luz abaixo", esclareceu.
Já o ex-subdiretor da DGRSP, Pedro Veigas Santos, que também foi ouvido nesta audição, assumiu falhas e explicou que a demolição das torres de vigilância da prisão de Vale de Judeus, em 2017, se terá ficado a dever à falta de orçamento: "Aquilo que se previa de custo era na ordem dos 250 a 280 mil euros por cada torre, o que significa que o orçamento para as quatro torres seria sempre superior a um milhão de euros".
Cinco reclusos fugiram no dia 7 de setembro do Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus, em Alcoentre, no concelho de Azambuja, distrito de Lisboa.Foram condenados a penas entre os sete e os 25 anos de prisão, por vários crimes, entre os quais tráfico de droga, associação criminosa, roubo, sequestro e branqueamento de capitais.
Os evadidos são dois cidadãos portugueses, Fernando Ribeiro Ferreira e Fábio Fernandes Santos Loureiro, um cidadão da Geórgia, Shergili Farjiani, um da Argentina, Rodolf José Lohrmann, e um do Reino Unido, Mark Cameron Roscaleer, com idades entre os 33 e os 61 anos.
Foram condenados a penas entre os sete e os 25 anos de prisão, por vários crimes, entre os quais tráfico de droga, associação criminosa, roubo, sequestro e branqueamento de capitais.
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