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Cães cheiraram morte de Maddie

Animais da polícia inglesa apontaram para odor a cadáver no quarto, no jardim e na mala do carro usado pelos McCann.

03 de maio de 2017 às 01:30

Um dos momentos-chave da investigação ao desaparecimento de Maddie aconteceu já numa altura em que os pais da criança tinham deixado o nosso país, no final do verão de 2007. Só nessa altura é que a polícia inglesa disponibilizou dois cães que já tinham sido usados para esclarecer vários crimes no estrangeiro.

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PJ nunca teve acesso a registos médicos de Maddie

Os animais, capazes de cheirar o odor a morte, sinalizaram a presença de um cadáver em três locais: no quarto onde a criança dormiu até 3 de maio, dentro do apartamento do Ocean Club, na Praia da Luz; no jardim no aldeamento e no interior da mala do carro que foi utilizado pelo casal McCann alguns dias depois do desaparecimento da criança, nomeadamente para uma viagem a Huelva, em Espanha, na sequência de mais um falso avistamento de Maddie.

Esta pista, fornecida por cães especiais da Scotland Yard, acabou depois por não ser valorada na investigação – até porque os McCann não voltaram a Portugal enquanto o processo esteve em aberto. Tal como foram ignorados os fluidos biológicos encontrados igualmente na sala do apartamento, e que apontavam para a hipótese de congelamento do cadáver.

Na bagageira do carro foram igualmente encontrados cabelos e vestígios biológicos que foram enviados para Inglaterra. A comparação genética não foi conclusiva. Mas Gonçalo Amaral admite que os resultados apontavam para a possibilidade de o corpo ter sido transportado no automóvel alugado após o desaparecimento.

Outro problema da investigação foi a recolha de vestígios de ADN logo após ter sido dado o alerta para o desaparecimento. Os amigos do casal estiveram no apartamento e houve contaminação do local. Gonçalo Amaral, que liderava a investigação da Polícia Judiciária, também chegou a pedir que fossem feitas análises às roupas dos casais amigos dos McCann, o que foi recusado.

Ingleses regressaram ao local 

Há pouco mais de dois anos, os ingleses regressaram em força ao Algarve para procurarem os restos mortais da criança nas imediações do aldeamento. As buscas foram acompanhadas pela Polícia Judiciária de Portimão, mas, mais uma vez, nada foi encontrado.

Os ingleses defendiam ter uma pista que apontava para o rapto da menina, embora admitissem que ela tivesse sido morta posteriormente. Toda a zona foi vasculhada ao pormenor. Ao todo, foi investigada uma área de cerca de 60 mil metros quadrados, incluindo condutas de eletricidade e gás, esgotos e edifícios em ruínas, com o auxílio de cães-pisteiros e de georradares. A Scotland Yard acabou por deixar o nosso país sem qualquer dado novo.

Em Portugal, não há notícia de terem sido feitas diligências nos últimos anos, embora o processo ainda se encontre aberto, agora na Judiciária do Porto.

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