Inundações, quedas de árvores e desabamentos. O mau tempo que atingiu o País não deu tréguas aos bombeiros durante todo o dia de ontem. A chuva e o vento forte que se fizeram sentir causaram estragos em várias zonas. Viana do Castelo, Braga, Porto e Aveiro foram os distritos mais afectados. Ao fecho desta edição, a Protecção Civil contava já com mais de 1400 ocorrências. Cerca de 900 casos diziam respeito a quedas de árvores e 317 a inundações. Registaram-se ainda 174 quedas de estruturas e 15 desabamentos.
Uma das situações mais graves deu-se ontem por volta das 11h00, em Santo Ovídeo, Vila Nova de Gaia. A fachada de uma fábrica que ardeu há cerca de dois anos caiu e destruiu três carros. "Estava a tocar à campainha da casa de uma amiga e ouvi um barulho enorme. Olhei para trás e a parede da fábrica tinha caído em cima dos carros que estavam estacionados", contou ao CM Jessica Mendes, que assistiu a tudo.
Durante mais de uma hora, os bombeiros procuraram no meio dos escombros, até que se certificaram de que não havia vítimas. "A minha preocupação era que alguém tivesse morrido. Já adivinhávamos isto há muito tempo", explicou o presidente da junta, Fernando Vieira.
No Porto, a avenida da Boavista esteve cortada durante cerca de uma hora devido à queda de uma árvore. O trânsito teve de ser desviado. A alguns metros dali, na rua Marechal Gomes da Costa, também a queda de uma árvore impediu a circulação do trânsito. Os Sapadores do Porto foram ainda chamados para a rua Diogo Cão, devido à queda de um andaime de uma casa que estava em construção. A estrutura caiu e causou o pânico entre as pessoas que passavam na rua.
O mau tempo fez ainda quatro desalojados em Vilela, Paredes. O intenso vento levantou o telhado de uma casa que estava em obras e a família teve de ser retirada. O casal e os dois filhos menores foram realojados em casa de familiares.
Por volta das 16h00, a circulação de um comboio em Santa Comba Dão, Viseu, também foi afectada. Devido à falha de electricidade, um comboio Intercidades com destino a Lisboa ficou retido na linha ferroviária durante quase três horas. Fonte da Refer explicou que a energia teve de ser cortada devido ao mau tempo.
"FENÓMENOS EXTREMOS": Filipe Duarte Santos, Especialista em clima
Correio da Manhã – Como será o tempo no Outono e no Inverno?
Filipe Duarte Santos – A ciência não tem formas de fazer previsões sobre como será o tempo durante uma estação próxima como o Outono ou Inverno. O que existem são modelos estatísticos, ainda muito pouco fiáveis.
– Vamos continuar a registar fenómenos extremos?
– A tendência dos últimos anos em Portugal e também no Mundo é para uma maior intensidade dos fenómenos meteorológicos e climatéricos extremos.
– É de esperar a ocorrência de tornados de baixa intensidade?
– É muito provável que isso aconteça, tal como já se verificou em outros anos.
TEMPORAL INUNDA BRAGA E VIANA
As 33 corporações de bombeiros dos distritos de Braga e de Viana do Castelo registaram ontem centenas de saídas para revolver situações provocadas por quedas de árvores.
O temporal que se abateu sobre o Litoral-Norte do País teve particular incidência no Minho, onde também se registaram quatro deslizamentos de terras e quase uma centena de inundações.
O caso mais grave foi o de uma árvore de grande porte que caiu junto à Central de Camionagem de Braga e esmagou dois carros. Um, da marca BMW, estava estacionado e ficou parcialmente destruído; o outro, um Fiat Punto que passava na avenida Norton de Matos, levou com os ramos e ficou com a traseira danificada. Os ocupantes apanharam um "susto valente", mas estavam "satisfeitos" pela "grande sorte" que acabaram por ter.
Ao início da manhã, uma árvore caiu sobre o telhado do restaurante Pórtico, junto ao Elevador do Bom-Jesus, danificou o telhado e partiu ainda um poste da rede eléctrica. Para além dos danos materiais, houve corte de luz em diversas habitações da zona por um período de cerca de três horas.
Também por causa da queda de duas árvores, a Estrada Nacional 308, que liga Vila Verde a Viana do Castelo, esteve cortada durante três horas.
35 ÁRVORES CAÍDAS EM LISBOA
Os Bombeiros Sapadores de Lisboa registaram mais de 80 ocorrências relacionadas com o mau tempo, das quais 35 foram árvores caídas, 25 quedas de revestimentos e infra-estruturas, 13 inundações, 10 desabamentos e um curto-circuito.
Ao longo do dia, os Sapadores de Lisboa receberam cerca de 120 chamadas, sendo que a maioria foi realizada ao final da tarde.
A situação em Setúbal foi mais sossegada, registando-se cinco quedas de árvores e três infiltrações.
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