Eram 05h11 e a maior parte das pessoas ainda dormiam quando a terra tremeu.
Portugueses partilham vídeos de várias zonas do País onde sismo foi sentido
Durou escassos cinco a dez segundos o abalo sísmico que na madrugada desta segunda-feira fez saltar da cama milhares de pessoas em Portugal continental, ao sentirem tudo a abanar à sua volta. O sismo foi registado às 05h11, a 25 quilómetros de profundidade, teve uma magnitude média de 5.3 na escala de Richter e epicentro a 58 quilómetros a oeste de Sines - a uma distância de 90 quilómetros de Lisboa -, tendo sido sentido com bastante intensidade, por ter ocorrido a uma profundidade intermédia.
Documentos
2024-08-26_23_16_15 terramotos_portigal.pdfÉ preciso recuar até à madrugada de 28 de fevereiro de 1969 - há 55 anos - para encontrar outro sismo que tenha sido sentido com particular intensidade no continente. Atingiu 7.9 na escala de Richter, provocou 13 mortes, duas das quais consideradas vítimas diretas do abalo, e estragos avultados, como em Bensafrim, Lagos, onde 20 casas foram atingidas e acabaram por ruir. Todo o barlavento algarvio foi afetado, já que o epicentro se localizou a 200 quilómetros a sudoeste de Sagres.
"Foi horrível. Ainda estou a tremer": Como o sismo foi sentido em Sines, a 58 quilómetros do epicentro
Desta vez não houve vítimas nem danos, mas sentiu-se “com bastante intensidade em Lisboa” por “não ter sido um sismo muito profundo”, disse o professor Pedro Terrinha, chefe de divisão do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).Se o sismo tivesse ocorrido “por baixo de Lisboa” e com a mesma amplitude, “provavelmente tinham caído uns vasos ou umas chaminés”, disse ao CM Jorge Cruz, da divisão de Geofísica do IPMA, explicando que “o importante é a amplitude - energia libertada - e não a duração” do sismo e é comum “a duração ser mais curta em zonas mais afastadas do epicentro”, o que resulta da “onda” em causa.Jorge Cruz foi uma das pessoas que acordaram com a terra a tremer e de imediato percebeu que os efeitos “não seriam muito relevantes”, o que veio a comprovar-se.
Portugal acordou com “medo”: Os vários relatos de quem sentiu o sismo de madrugada
Nas duas horas seguintes foram registadas quatro réplicas - de 1.2, 1.1, 0.9 e de 1.0. São todas de “pequena magnitude” e “nenhuma delas” foi “sentida pela população”, revelou o IPMA em comunicado, adiantando que o sismo desta segunda-feira registou “intensidade máxima na região de Sines” e “menor intensidade na região de Setúbal e Lisboa”, mas por quase todo o território continental houve pessoas que disseram ter sentido a terra a tremer.
Imagens de videovigilância mostram sismo sentido dentro de loja em Cascais
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Foi um "teste real à capacidade de resposta em caso de catástrofe"
O sismo foi “um teste real à nossa capacidade de resposta no caso de uma catástrofe” e permitiu perceber se “os meios estão ou não em prontidão”, disse esta segunda-feira Paulo Rangel, ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e que está a assumir o cargo de primeiro-ministro nas férias de Luís Montenegro. O governante fez uma “avaliação muito positiva quanto à capacidade de resposta, à prontidão da resposta e à forma como a informação circulou”.Já o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, disse que a capacidade de resposta das autoridades foi “muito rápida” e a coordenação entre o Governo e a Proteção Civil “muito boa”. Apesar de considerar que “funcionou aquilo que devia ter funcionado”, disse que se devem “retirar lições para o futuro” sobre a capacidade da Proteção Civil em comunicar com a população. E apelou a um debate sobre a proteção sísmica na “construção de grandes obras públicas”.
“Parecia que estavam a abanar a cama”: Testemunha relata medo sentido durante sismo
PORMENORES
engenheirosA Ordem dos Engenheiros apelou esta segunda-feira a uma maior exigência na qualidade da construção em Portugal, dada a “vulnerabilidade diversa” dos edifícios.seguradorasApenas 19 por cento das habitações têm atualmente seguro com cobertura de risco sísmico, revelou esta segunda-feira a Associação Portuguesa de Seguradores.
reforçoO presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, disse esta segunda-feira que os edifícios municipais estão a ser avaliados há dois anos e dez por cento “precisam de reforço antissísmico”.aplicaçãoA Câmara de Lisboa vai lançar ainda esta semana uma aplicação que permitirá aos cidadãos obterem informação sobre o risco sísmico das suas casas. O sismo desta segunda-feira veio acelerar a apresentação de ‘LxReSist’.
Vídeo mostra sismo sentido na praia de Fonte da Telha na Costa da Caparica
preparadosA sismóloga Susana Custódio disse esta segunda-feira que “no nosso território temos de estar preparados para que aconteça um sismo maior. Sem ser alarmista, é uma boa oportunidade para nos lembrarmos” disso.
E TAMBÉM
SEM CRITÉRIOSO sismo “não reuniu critérios para ativação de planos especiais existentes para este tipo de eventos. Só são ativados planos a partir de 6.1 e este foi de 5.3”, explicou o comandante André Fernandes, acrescentando que “não houve receio” de haver um tsunami e “só há um aviso de tsunami a partir de 6.0 de intensidade”.
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