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Costa pressionado a aumentos na função pública

Central sindical lembrou líder parlamentar socialista que foi Costa quem colocou rendimentos como prioridade do Governo.

08 de janeiro de 2020 às 01:30

A UGT está a pressionar o Governo, por via do PS, para que os aumentos dos trabalhadores da Função Pública em 2020 fiquem acima dos 0,3% apresentados pelo Executivo e que estão previstos no Orçamento do Estado deste ano. Carlos Silva teve em Ana Catarina Mendes, líder parlamentar socialista e ex-secretária-geral adjunta do PS, uma aliada que manifestou esta terça-feira vontade de sensibilizar o primeiro-ministro para melhorar a proposta de atualização salarial no Estado durante o debate do documento.

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"Ela percebeu a mensagem da UGT e assumiu o compromisso de, junto do primeiro-ministro, perceber se há margem para que a proposta salarial seja melhorada", disse ao CM Carlos Silva, secretário-geral da UGT, e militante socialista, que durante o dia se reuniu no Parlamento com o PS. "Ana Catarina Mendes disse-nos claramente que é uma decisão do primeiro-ministro", vincou o sindicalista. Carlos Silva explica que lembrou a líder parlamentar socialista que "foi o primeiro-ministro quem colocou, no discurso da tomada de posse, e na campanha eleitoral, a questão dos rendimentos como prioridade" e que o Governo não pode exigir ao setor privado que atualize vencimentos em 2,7% em 2020 dando aos trabalhadores públicos 0,3%.

Para o secretário-geral da UGT, o Governo devia equacionar dar aumentos mais elevados aos funcionários com salários mais baixos. "Devia olhar para a massa salarial de toda a administração e fazer as contas de forma a privilegiar quem ganha menos", explicou, lembrando que os 0,3% equivalem a apenas 1,80 euros para quem ganha 635 euros por mês.

O líder da UGT criticou também o facto de o Executivo só ter incluído no Orçamento medidas que respondem às reivindicações de patrões – feitas na concertação social. Carlos Silva, lembra, por isso, os riscos de uma maior "conflitualidade e instabilidade social", recordando que está agendada uma greve nacional para 31 de janeiro.

Nova polémica com Joacine no Parlamento

Joacine escreveu ao presidente da comissão dizendo: "Queiram, por favor, anotar que não autorizo a publicação." A deputada ainda contactou os serviços da AR, que lhe responderam que a divulgação "decorre das funções de representação inerentes ao Estatuto dos Deputados".

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Durante a análise, Rui Rio destacou que "este orçamento não tem uma linha estratégica", lembrando o aumento da carga fiscal, a evolução do investimento público e a falta de medidas de redução da despesa e otimização dos serviços públicos. "O Governo vai cobrar mais 434 milhões de euros de receita fiscal do que aquilo que cobraria se mantivesse o rácio [da receita fiscal sobre o PIB]", vincou.

Rio passou depois ao ataque, desmentido as afirmações de Mário Centeno sobre a falta de investimento na Câmara do Porto quando o agora presidente do PSD era autarca. "Os quatro orçamentos antes deste foram elaborados para agradar à esquerda e executados para agradar a Bruxelas. Este Orçamento será elaborado para agradar às esquerdas e executado para agradar a Bruxelas se Mário Centeno ficar o tempo todo no cargo", ironizou Rio.

Aliás, o presidente do PSD foi ainda mais longe para insistir que o ministro das Finanças deixará o Governo ainda este ano: "A perceção que eu tenho é que este Orçamento vai ser executado por um protagonista diferente do que tivemos nos últimos quatro anos."

"Povo na miséria" com contas certas

Nas jornadas parlamentares do PSD, a antiga ministra defendeu que "um orçamento define-se pela política que traduz e pelos objetivos de política que tem", apontou, considerando que o pior que se pode dizer da proposta foi dito pelo Governo: que é de continuidade.

"Se é de continuidade quer dizer que a ambição que neste momento existe para o País é que ele não fique pior", sublinhou.

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