Autoridades pretendem chegar a 2030 com uma redução de 50% das vítimas mortais e feridos graves.
Os acidentes rodoviários tiveram um custo económico e social de 3713 milhões de euros em 2019, correspondendo a 1,6% do Produto Interno Bruto (PIB), avança um relatório da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR).
"A aplicação dos valores de referência aos indicadores de sinistralidade verificados em 2019 (a 30 dias) resulta num custo económico e social que atinge os 3.713 milhões de euros, um valor que corresponde a cerca de 1,6% do PIB. Este valor não só representa um custo injustificável, como é claramente um indicador que investir em segurança rodoviária é um valor com elevado retorno económico e social", refere a ANSR no primeiro relatório sobre a nova Estratégia Nacional de Segurança Rodoviária 2021-2030, denominada "Visão Zero 2030".
Segundo o documento, que define os princípios balizadores da Estratégia Nacional de Segurança Rodoviária, as vítimas mortais resultantes dos acidentes nas estradas portuguesas em 2019 custaram 1.590 milhões de euros, os feridos graves 836 mil euros e os feridos ligeiros 1.287 milhões de euros.
O relatório sublinha que, entre 1995 e 2019, "os investimentos em infraestruturas e em veículos mais seguros, juntamente com uma política integrada de segurança rodoviária, foram determinantes para salvar 26 mil vidas, evitar 187 mil feridos graves e permitir uma poupança de cerca 158 mil milhões de euros, mais de 4,5 vezes superior ao valor investido em infraestruturas".
O documento precisa que nos últimos 25 anos Portugal investiu cerca de 33 mil milhões de euros em infraestruturas rodoviárias.
Este primeiro relatório realizado no âmbito da Estratégia Nacional de Segurança Rodoviária para a década mostra também dados da sinistralidade rodoviária no país, bem como o seu posicionamento face aos restantes países da União Europeia, indicando que o número de acidentes com vítimas em Portugal mantém-se acima da média europeia desde 2000.
De acordo com o mesmo documento, entre 2000 e 2010 esse diferencial foi sendo reduzido, mas entre 2010 e 2018 as curvas voltaram a afastar-se, verificando-se que em 2018, Portugal apresentou mais 1.491 (74%) acidentes por milhão de habitantes que a média da UE.
"Inversamente ao número de acidentes, o diferencial entre Portugal e a média da UE em termos de vítimas mortais tem apresentado uma redução constante. Enquanto em 2000 Portugal apresentava mais 51 mortos por milhão de habitantes que a UE(mais 45%), em 2010 esse valor diminui para 30, e em 2018 essa diferença foi de 20 mortos por milhão de habitantes, 41% acima da UE", refere o documento.
O relatório concluiu também que, apesar das melhorias ao nível da redução da sinistralidade rodoviária, quer a Europa quer Portugal "estão abaixo das metas definidas para 2020", que era reduzir para metade o número de vítimas mortais em relação ao ano de base de 2010.
Esta meta estava prevista na anterior estratégia nacional, denominado por Plano Estratégico Nacional de Segurança Rodoviária (PENSE 2020), que terminou em dezembro de 2020 e é abordado no relatório, mas que não apresenta as conclusões finais da sua execução.
O documento avança apenas que as 107 medidas previstas no PENSE 2020 tiveram uma taxa de execução de 75% até junho de 2020, prevendo-se que "a taxa real de execução no final de 2020 seja superior a 80%".
Este primeiro relatório define a abordagem da Estratégia Nacional de Segurança Rodoviária 2021-2030 que está a ser desenvolvida pela ANSR, em alinhamento com a política de segurança rodoviária da Comissão Europeia 2021-2030, com a Declaração de Estocolmo e com a abordagem do Sistema Seguro.
Para atingir o objetivo de eliminar "as consequências graves dos acidentes rodoviários" e chegar a 2030 com uma redução de 50% das vítimas mortais e feridos graves, a ANSR quer integrar na estratégia os contributos de toda a sociedade civil para que todos "se identifiquem e contribuam para o combate à sinistralidade rodoviária".
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