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“É mais barato cuidar do clima do que fazer a guerra”: Lula da Silva apela à união de todos para salvar o planeta

Presidente brasileiro criticou “negacionistas” das alterações climáticas.

11 de novembro de 2025 às 01:30

No discurso inaugural da conferência mundial da ONU sobre alterações climáticas, COP30, que começou, esta segunda-feira, na cidade brasileira de Belém do Pará, na Amazónia, o Presidente brasileiro, Lula da Silva, exortou os líderes de todos os países do Mundo a unirem-se na defesa do ambiente, lembrando que sai mais barato cuidar do clima do que fazer a guerra. Lula evocou ainda o tornado que na sexta-feira destruiu 90% da cidade de Rio Bonito do Iguaçu, no Sul do Brasil, matando sete pessoas e ferindo mais de 700, e afirmou ser necessário derrotar o “negacionismo” para que fenómenos como esse não se repitam.

“Se os homens que fazem a guerra estivessem aqui, nesta COP, eles iriam perceber que é muito mais barato gastar 1,3 biliões de dólares para acabar com o problema climático do que gastar 2,7 biliões de dólares para fazer a guerra, como fizeram no ano passado”, afirmou Lula na cerimónia que antecedeu o início das sessões temáticas, que vão decorrer até dia 21 com representantes de 194 países, cientistas e ambientalistas.

O anfitrião da cimeira insistiu que “esta será a COP da verdade”, que se oporá e derrotará os negacionistas. Não citou nominalmente nenhum país nem líder, mas algumas frases foram claramente direcionadas a Donald Trump, Presidente dos EUA, que se recusou a participar ou enviar uma delegação ao encontro mundial e tem feito ataques à conferência nas redes sociais.

“Na era da desinformação, os obscurantistas rejeitam não só as evidências da ciência, mas também os progressos do multilateralismo. Eles controlam algoritmos, semeiam o ódio e espalham o medo. Atacam as instituições, a ciência e as universidades. É hora de impor uma nova derrota aos negacionistas”, sublinhou Lula, realçando que realizar uma COP em plena Amazónia foi uma proeza em que poucos acreditavam, mas que era necessária para mostrar não só os problemas, mas, acima de tudo, a capacidade e a força de vontade dos habitantes da região.

Ausências notórias retiram peso à cimeira. Líderes dos EUA e da China, os dois maiores poluidores, não estarão presentes 

Não obstante não ser o fracasso que se temeu há algumas semanas, a COP30 conta com a presença de menos de metade do total de chefes de Estado e de Governo que a edição anterior, a COP29, realizada em novembro de 2024 em Baku, no Azerbaijão. No ano passado, segundo a lista oficial da conferência, prestigiaram o evento 59 chefes de Estado e de Governo - 29 Presidentes da República e 30 primeiros-ministros, ao passo que na COP30, que foi antecedida por uma cimeira de líderes mundiais, o número de altos dignitários caiu para 28, incluindo 15 Presidentes, 11 primeiros-ministros e dois monarcas. Entre os principais ausentes estão Donald Trump, Presidente dos EUA, e Xi Jinping, Presidente da China, os dois países mais poluidores do planeta, além de Javier Milei, Presidente da vizinha Argentina. 

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