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Dependia de agressor para lavar a roupa

Vítima nunca se queixou das perseguições constantes.

12 de novembro de 2017 às 09:36

Ana Estreito, de 44 anos, dependia do homem que a matou para sobreviver. Ele dava-lhe pequenas ajudas, levava-lhe, por exemplo, a roupa para lavar e passar todas as semanas, já que ela não tinha possibilidade de o fazer. Ajudava-a noutras pequenas tarefas, facilitava-lhe a vida que era marcada por grandes dificuldades.

Ao mesmo tempo, perseguia-a. Mandava-lhe várias mensagens diariamente, aparecia na confeitaria onde ela trabalhava, tocava-lhe à porta a cada momento.

Ana Estreito tentava manter alguma distância, pensava que era suficiente dizer a Luís Gonçalves, de 57 anos, que nunca reatariam a relação. Que tinha durado 13 anos, acabara há dois e não tinha qualquer hipótese de recomeçar.

Uma relação obsessiva ou doentia poderá depois explicar o que aconteceu a seguir. Luís foi a casa de Ana, na Baixa do Porto, no dia 30 de outubro e perguntou-lhe se tinha arranjado outro. A vítima, explicou o homem mais tarde à PJ do Porto, provocou-o.

Disse-lhe que não lhe responderia, porque ele nada tinha a ver com a sua vida privada. Luís Gonçalves confessa – primeiro à PJ e depois ao juiz de instrução que o mandou para a cadeia – que perdeu a cabeça. Asfixiou a ex-companheira com uma peça de roupa que lhe meteu na boca. Com o corpo impediu que se debatesse. Ana morreu rapidamente.

Luís Gonçalves, que garante estar arrependido, ainda tentou ocultar a morte violenta. Pagou a renda da casa da mulher, já que tinham um senhorio comum: quando abandonou o lar instalou-se numa residencial a 20 metros de distância, para não a perder de vista.

Segundo o CM apurou, nunca Ana apresentou queixa às autoridades por estar a ser perseguida. Amigas contam que foi por diversas vezes ameaçada. Mas sempre acreditou que ele não seria capaz. Que nunca iria cumprir as ameaças.

Outro Caso

Autarca desconfiava

O presidente da Junta de Freguesia de Telões, Amarante, onde um homem matou a mulher, segunda-feira, disse à GNR durante as buscas que os iriam encontrar já mortos.

Filho tenta travar pai

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Violência era conhecida

Na aldeia de Telões, em Amarante, era conhecido o ambiente de tensão e as agressões constantes do homicida à vítima, Ilda Coelho, de 51 anos.

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