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Deputado culpa volante após acidente em Lisboa

Vítima e colega dizem que condutor estava a olhar para baixo.

10 de maio de 2019 às 08:39

"O volante bloqueou. Tentei virar para um lado e para o outro mas não mexia".

É desta forma que o deputado Pedro Delgado Alves (PS) justifica o acidente que provocou em maio de 2016 na avenida Gago Coutinho, em Lisboa.

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Deputado e autarca acusado de atropelamento concorda com grande parte de acusação

O também presidente da Junta de Freguesia do Lumiar perdeu o controlo da viatura que conduzia –um Seat Ibiza – pela 01h50 e embateu num camião de recolha do lixo, atingindo uma cantoneira. A mulher quase perdeu a perna esquerda, esmagada entre as duas viaturas.

O caso começou esta quinta-feira a ser julgado. Pedro Delgado Alves responde por um crime de ofensa à integridade física por negligência grave.

O deputado assumiu todos os factos constantes da acusação, mas garantiu que não estava distraído com nada – "nem o rádio estava ligado".

"Ia a descer a avenida, reparei no camião na faixa da direita. Ia na faixa do meio e tentei recentrar o carro para não fazer uma tangente, mas o volante ficou rígido e não deu tempo para qualquer reação", explicou durante a sessão de audiência, acrescentando que o carro tinha vindo da revisão poucos dias antes.

A explicação foi questionada pela advogada que representa a vítima. "Liguei para o fabricante do carro e, no limite, o que terá acontecido foi perder a direção assistida", apontou Maria José Guiomar.

O deputado manteve a versão: "Já tive um carro sem direção assistida, é mais ‘duro’, mas não foi isso. O volante bloqueou mesmo. Tentei desviar e o efeito foi contrário".

Tanto a vítima, Maria Lúcia dos Santos, como o motorista do camião garantiram que no momento do acidente Pedro Delgado Alves "levantou a cabeça, como se estivesse a apanhar qualquer coisa do chão".

Pormenores

Arrisca 2 anos de prisão

Pedro Delgado Alves responde por ofensa à integridade física por negligência grave. Arrisca uma pena até dois anos de prisão ou multa de 240 dias.

596 dias de baixa

Maria Lúcia dos Santos, atualmente com 39 anos, esteve 596 dias de baixa médica. Atualmente está desempregada.

Na altura sofreu fraturas (expostas) na perna esquerda e vários ferimentos pelo resto do corpo.

Sem álcool nem drogas

Logo a seguir ao acidente, o deputado foi submetido a testes de álcool e drogas. Ambos deram negativo. Naquele local há um radar fixo – limite de 50 km/h – e Pedro Delgado Alves não foi detetado em excesso.

Carro é da mulher

O carro do acidente pertencia à mulher de Pedro Delgado Alves, chefe de gabinete do secretário de Estado da Modernização Administrativa.

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